Audiência pública debate condições de trabalho dos servidores e a qualidade dos serviços públicos em Ipatinga

A audiência é fruto de uma série de ações lideradas pela vereadora Cida Lima desde o início da greve dos servidores municipais, em junho deste ano. Ao todo, foram 23 dias de greve com foco nas reivindicações da campanha salarial 2021

Por Plox

10/09/2021 16h53 - Atualizado há cerca de 3 anos

A Câmara de Ipatinga sediou um debate de grande importância para toda a população na noite de quinta-feira (09), quando o mandato da vereadora Cida Lima realizou uma audiência pública em defesa dos servidores e servidoras municipais e dos serviços públicos ofertados na cidade.

A audiência é fruto de uma série de ações lideradas pela vereadora desde o início da greve dos servidores municipais, em junho deste ano. Ao todo, foram 23 dias de greve com foco nas reivindicações da campanha salarial 2021.

Foto: Divulgação 

 

Entre os debatedores, estiveram presentes representantes do Sintserpi -Sindicato dos Servidores Municipais de Ipatinga, do Sind-UTE/MG, subsede Ipatinga - Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, do Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, e da deputada estadual Beatriz Cerqueira.

A dirigente do Sind-UTE, Isaura Carvalho, destacou a morosidade da Administração Municipal em negociar com a categoria. “Chegamos ao mês de setembro sem diálogo efetivo com os sindicatos. Estão se aproveitando das restrições da pandemia para se negarem a reunir conosco e, ainda por cima, retirar direitos arduamente conquistados”, afirmou.

Já o representante do Dieese, Fernando Duarte, trouxe para o debate informações sobre a crescente inflação no país. “Os salários dos servidores de Ipatinga estão desvalorizados e isto impacta diretamente no poder de compra de itens básicos de alimentação”, destacou.

A vereadora Cida Lima também relatou aos debatedores que, desde o início do ano, seu mandato vem realizando visitas aos equipamentos públicos de Ipatinga e recebido inúmeros relatos de servidores e servidoras municipais sobre as condições precárias de trabalho enfrentadas por eles. “Acolhemos e oficiamos ao Executivo inúmeras solicitações de intervenção em infraestrutura, materiais de trabalho, de limpeza e equipamentos de segurança, conforme normas sanitárias da pandemia”, contou.

“Temos a urgência de reajustar os salários e também de investimentos em EPIs, uniformes e infraestrutura para melhorar as condições de trabalho dos servidores e servidoras de Ipatinga e consequentemente a qualidade dos serviços que são ofertados à população”, pontuou a dirigente do SintSerpi, Marcione Menezes.

Beatriz Cerqueira, deputada estadual, que atua diuturnamente na defesa dos serviços públicos e dos servidores, destacou que “os servidores são trabalhadores e trabalhadoras que consomem no município. Reconhecer os direitos remuneratórios e valorizá-los é entender que esse retorno também virá para o município”, enfatizou.

A deputada também recordou que o serviço público está presente em tudo na rotina da cidade: “São estes profissionais, aos quais o governo nega o reajuste, que acolheram a população desde o início da pandemia, seja na Saúde, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na Assistência, no acolhimento das famílias de luto ou em vulnerabilidade, ou no desenvolvimento de vacinas. A administração municipal está em dívida com os servidores de Ipatinga”, afirmou.

PEC-32

O debate também abordou o desmanche do serviço público no cenário nacional por meio da PEC-32 da reforma administrativa. O projeto acaba com a estabilidade e extingue promoções automáticas e diversos benefícios. As mudanças valem para novos servidores, mas não mexem nas regras para magistrados, parlamentares, militares e membros do Ministério Público, categorias que estão entre as que têm maior remuneração e benefícios no serviço público. Além disso, a PEC inviabiliza o aperfeiçoamento técnico e profissional da administração pública, concentra poderes nos agentes políticos e abre margem para a corrupção por meio do loteamento ideológico de cargos de indicação. 

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