Macaé Evaristo destaca sigilo em investigação sobre assédio

Após a exoneração de Silvio Almeida, Macaé Evaristo foi escolhida para o cargo de ministra dos Direitos Humanos, enfatizando a importância da privacidade e proteção das vítimas envolvidas nas investigações de assédio sexual.

Por Plox

10/09/2024 09h30 - Atualizado há 4 meses

A deputada estadual mineira, Macaé Evaristo (PT), recentemente nomeada ministra dos Direitos Humanos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abordou pela primeira vez as denúncias de assédio sexual que cercam seu antecessor, o ex-ministro Silvio Almeida. Embora não tenha mencionado diretamente o advogado, demitido no dia 6 de setembro, Macaé reforçou a importância de manter o sigilo e a privacidade durante o processo investigativo, afirmando que é crucial garantir tanto os direitos das vítimas quanto o direito à defesa de Almeida. "É preciso garantir o direito das pessoas, dos denunciantes, também o amplo e pleno direito de defesa, e uma coisa muito importante, que a gente garanta a privacidade e o sigilo sobre os fatos, principalmente daquelas pessoas que foram lesadas", declarou Macaé, durante visita à sede do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDH), em Brasília.

Henrique Chendes/ALMG

Denúncia contra Silvio Almeida e investigações em curso

As alegações de assédio contra Silvio Almeida foram trazidas à tona pela ONG Me Too, que relatou casos de importunação sexual supostamente cometidos pelo ex-ministro. Entre as vítimas estaria Anielle Franco, atual ministra da Igualdade Racial. A Comissão de Ética da Presidência da República já abriu um procedimento preliminar de apuração, com prazo de 10 dias úteis para que Almeida apresente sua defesa. A Polícia Federal também está conduzindo uma investigação sobre o caso.

Defesa de Silvio Almeida

Silvio Almeida, por sua vez, nega as acusações e tomou medidas legais para se defender. Ele acionou a Justiça contra a ONG Me Too e encaminhou um ofício à Procuradoria-Geral de Justiça, solicitando a abertura de uma investigação. O ex-ministro mantém sua postura de que as alegações são infundadas e está se mobilizando juridicamente para refutar as denúncias.

Primeira reunião e diálogo com Lula

Macaé Evaristo, em sua primeira visita oficial ao ministério ao lado da ministra interina Esther Dweck, também aproveitou a ocasião para conhecer a equipe com quem trabalhará. Após o encontro, a nova ministra compartilhou detalhes da conversa que teve com o presidente Lula antes de sua nomeação. Segundo ela, o presidente, já familiarizado com seu trabalho, pediu que ela fortalecesse as políticas do ministério. "Ele já conhece meu trabalho e a grande questão é que a gente possa fortalecer a política do ministério", revelou Macaé à imprensa.

Compromisso com o cargo e próximos passos

Macaé garantiu a Lula que não disputará um novo mandato como deputada em 2026 e que permanecerá no cargo até o fim do atual governo. A posse oficial da ministra está prevista para a próxima semana, mas antes disso, ela precisa se descompatibilizar do cargo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

 

 

 

 

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