Secretaria de Saúde de Minas Gerais alerta sobre riscos dos produtos de limpeza

Produtos irregulares ou sem informações no rótulo, como nome, empresa responsável, componente ativo, lote e data de validade, são considerados clandestinos e devem ser evitados

Por Plox

10/09/2024 09h01 - Atualizado há 25 dias

O uso incorreto de produtos de limpeza, como detergente, desinfetante, álcool, cloro e cera, tem causado preocupação em Minas Gerais devido aos riscos de reações alérgicas e intoxicações. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) destaca a importância de seguir as orientações dos rótulos e evitar misturas caseiras.

Foto: reprodução/ Freepik

Riscos da mistura inadequada

Renata Stehling Reis, coordenadora de Cosméticos e Saneantes da SES-MG, enfatiza que misturar produtos de limpeza sem orientação pode causar sérios problemas de saúde. "Os produtos de limpeza nunca devem ser misturados de forma aleatória. É necessário verificar as informações do rótulo e seguir as orientações do fabricante, tanto no manuseio, quanto na diluição, para prevenir acidentes que podem ser causados pela reação entre os componentes, como irritação, intoxicação e até queimaduras”, alerta Renata.

Produtos irregulares ou sem informações no rótulo, como nome, empresa responsável, componente ativo, lote e data de validade, são considerados clandestinos e devem ser evitados.

Cuidados com armazenamento

Os produtos de limpeza devem ser armazenados em locais seguros para evitar o acesso de crianças e animais, que podem ser atraídos pelas embalagens coloridas. Segundo Renata, o descuido com o armazenamento aumenta o risco de acidentes graves, especialmente entre os pequenos. Em 2023 e de janeiro a julho de 2024, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) registrou 145 casos de intoxicação acidental em crianças de 1 a 4 anos. Na faixa etária de 20 a 64 anos, foram 173 registros no mesmo período, relacionados ao uso inadequado de produtos, misturas perigosas ou uso de itens irregulares.

Controle de qualidade na fabricação

Karla Albino, coordenadora de Garantia da Qualidade de uma empresa fabricante de produtos de limpeza em Belo Horizonte, explica que a certificação da fábrica junto à Anvisa envolveu o estabelecimento de diversos controles durante os 31 anos de atuação no mercado. "Estabelecemos controle no processo produtivo e fazemos a conferência desde o início, com verificação da área produtiva e dos equipamentos. Então, retiramos amostras para verificar se o produto está dentro da especificação e verificamos a volumetria das embalagens", detalha Karla.

Para produtos perigosos, como o álcool, a empresa garante que os rótulos contenham todas as advertências de uso, cuidados de armazenamento e pictogramas de alerta de riscos. A identificação do lote é fundamental para rastrear o processo de produção em caso de necessidade de análise.

Fiscalização da Vigilância Sanitária

A Vigilância Sanitária estadual inspeciona fabricantes, enquanto as Vigilâncias Sanitárias municipais focam na fiscalização de distribuidores e do comércio varejista. O objetivo é garantir que as boas práticas de fabricação, distribuição e comercialização sejam seguidas, assegurando a qualidade dos produtos e a segurança dos consumidores. "As ações da Visa asseguram a qualidade dos produtos comercializados e a segurança dos consumidores. As inspeções são realizadas para renovação do Alvará Sanitário ou mediante alguma denúncia”, ressalta Renata.

Produtos de fabricação caseira, frequentemente vendidos em garrafas PET sem identificação, também são alvo de alerta. A Visa destaca que esses produtos, geralmente vendidos por ambulantes ou em pequenos comércios, podem ser prejudiciais à saúde, pois não passam por controle de qualidade ou inspeção sanitária.

Canais de denúncia e orientação ao consumidor

Para denunciar produtos clandestinos ou empresas suspeitas, os consumidores podem utilizar os canais da Vigilância Sanitária, como a Ouvidoria-Geral do Estado de Minas Gerais (OGE/MG), disponível pelo número 162 ou no site ouvidoriageral.mg.gov.br. Além disso, a Anvisa oferece uma consulta online para identificar produtos irregulares.

O que fazer em caso de reações adversas

Em casos de reações como irritação, vermelhidão, coceira ou queimaduras após o uso de produtos de limpeza, é essencial lavar a área afetada com água corrente e contatar o fabricante. Para situações mais graves, deve-se procurar atendimento médico imediatamente.

Empresas com Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) disponibilizam suporte para notificações de intoxicação ou reações adversas, sendo necessário fornecer o número do lote do produto para rastreamento e investigação. Notificações também podem ser registradas no e-Notivisa, portal que permite a comunicação direta de problemas de vigilância sanitária.

 

 

 

 

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