Dino ironiza sanções dos EUA em julgamento no STF

Durante o julgamento que analisa a suposta tentativa de golpe de Estado, ocorrido nesta terça-feira (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, utilizou tom irônico ao comentar sobre pressões externas, especialmente vindas do governo dos Estados Unidos.

Foto: STF

Ao declarar seu voto pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete envolvidos na ação, Dino enfatizou que o Supremo está apenas cumprindo sua função constitucional de aplicar a lei de forma objetiva, sem se deixar influenciar por ameaças externas ou manifestações simbólicas.

“Será que as pessoas acreditam que um tuíte de um governo estrangeiro vai mudar o julgamento no Supremo? Será que alguém imagina que um cartão de crédito, ou Mickey, vai mudar o julgamento no Supremo?”, questionou o ministro, em referência clara às recentes medidas adotadas pelos EUA, como as sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes por meio da Lei Magnitsky, além do cancelamento de vistos de outros integrantes da Corte brasileira.

“Isso não é ativismo judicial, isso não é tirania, não é ditadura. Pelo contrário, é a afirmação da democracia que o Brasil construiu sob o pálio da Constituição de 88”

A fala de Dino acontece em meio a um ambiente de tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, e destaca a posição firme da Corte brasileira diante de tentativas externas de pressionar decisões judiciais.