Lula se prepara para terceira indicação ao STF após saída de Barroso

Com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso, nomes como Rodrigo Pacheco, Jorge Messias e Bruno Dantas ganham força nos bastidores de Brasília

Por Plox

10/10/2025 07h57 - Atualizado há 2 dias

Com o anúncio da saída de Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), a corrida pela sucessão dentro da Corte já começou a movimentar os bastidores políticos em Brasília.


Imagem Foto: STF


A decisão do ministro, que tem 67 anos e poderia permanecer no cargo até os 75, foi revelada no encerramento da sessão plenária de quinta-feira, 9 de outubro. Segundo Barroso, o afastamento ocorre por desejo pessoal de viver com mais tranquilidade, longe da exposição constante, e dedicar-se a \"mais literatura e poesia\".



A escolha de seu sucessor ficará a cargo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fará sua terceira indicação ao STF durante este mandato. Essa nova indicação reacende os debates sobre nomes de confiança, interesses partidários e representatividade no Supremo.


Entre os possíveis indicados, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) surge como favorito. Com perfil discreto e trânsito fluente tanto no Legislativo quanto no Judiciário, o ex-presidente do Senado tem boa aceitação entre os parlamentares e seria, por isso, um nome de fácil aprovação no Senado. No entanto, essa escolha pode impactar diretamente o palanque político de Lula em Minas Gerais nas eleições de 2026, já que o presidente já manifestou interesse em tê-lo como candidato ao governo estadual. Nos bastidores, Pacheco demonstra preferência pelo cargo no Supremo e tem mantido diálogos com ministros da Corte.



Outro nome cotado é o de Jorge Messias, atual advogado-geral da União. Considerado próximo e de confiança de Lula, Messias já esteve entre os possíveis indicados anteriormente, quando o presidente acabou optando por Flávio Dino para ocupar a vaga deixada por Rosa Weber. Um ponto que pode pesar a favor de Messias é sua ligação com a Igreja Batista, o que poderia representar um gesto ao eleitorado evangélico. Porém, essa relação estreita com o presidente pode gerar resistência no Senado.


Na lista ainda está o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius de Carvalho. Apesar de sua atuação destacada na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS, ele é visto como um nome com menos força política em comparação aos demais.


Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), também aparece como forte candidato. Sua proximidade com figuras influentes, como os senadores Davi Alcolumbre e Renan Calheiros, além dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, aumenta suas chances. Além disso, sua saída abriria uma vaga no TCU, o que poderia ser estrategicamente útil para acomodar aliados políticos do governo.


Por fim, a possibilidade de Lula escolher uma mulher para o STF também é considerada, principalmente diante da atual composição majoritariamente masculina da Corte, que tem apenas Cármen Lúcia como ministra. Nesse cenário, ganha força o nome de Maria Elizabeth Rocha, atual presidente do Superior Tribunal Militar (STM). Ela é respeitada nos meios jurídico e político, embora não seja vista como uma figura diretamente ligada ao círculo de confiança de Lula.



\"Minha decisão é pessoal e amadurecida\", afirmou Barroso, ao se despedir da Corte que integrou por mais de uma década.

Com a vaga oficialmente aberta, os próximos dias prometem intensas articulações, reuniões e negociações nos bastidores do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional.


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