Vereadores de Fabriciano aprovam cidadania honorária para presidente Bolsonaro

Votação gerou polêmica e discussões entre os parlamentares

Por Plox

10/11/2021 10h28 - Atualizado há mais de 2 anos

A Câmara Municipal de Coronel Fabriciano, Minas Gerais, aprovou o projeto de lei que dá ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), o título de cidadão honorário do município.

A homenagem foi proposta pelo vereador Lincoln Drumond (DEM) e teve a aprovação de nove parlamentares contra três. A votação registrou a ausência de outros três vereadores.

“Os acessos à região através da ampliação da 381, a construção da ferrovia de Ipatinga a São Mateus-ES, possível ampliação até Coronel Fabriciano. Qual presidente fez algo dessa forma para a nossa região? É de fato um reconhecimento que pode colocar mais ainda nossa cidade nos radares do Governo Federal”, disse o vereador ao Plox.

Como tudo que envolve o nome do presidente Bolsonaro gera muita polêmica, a discussão sobre a cidadania honorária teve muita discussão entre parlamentares apoiadores do presidente e de oposição.

Os vereadores Reginaldo Messias, Lucimar do Salão e Marcelo Motoristas estavam ausentes. Os vereadores Thiago Lucas, Zezinho do Sintrocel e Ronilson “Burrinho” votaram contrários à matéria.

Bolsonaro de partido novo

Após muitas especulações a respeito de qual partido o presidente da república iria se filiar. Bolsonaro decide ficar com o Partido Liberal (PL). Jair Bolsonaro estava sem partido há quase 2 anos, desde que saiu do PSL (Partido Social Liberal) em novembro de 2019. A Aliança do Brasil foi uma tentativa de criação de um partido próprio, mas não obteve quantidade mínima de assinaturas, segundo as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


 

Embora não tenha nenhuma nota oficial, segundo o que se ouve nos bastidores é que o ato de filiação deve acontecer já no próximo dia 22 de novembro em um grande evento aqui em Brasília, segundo interlocutores governamentais. Inclusive, a data é uma alusão ao número do próprio partido, o 22. Assim como também do próximo ano eleitoral de 2022.

Havia uma dúvida do presidente entre escolher entre Partido Progressista (PP) e Partido Liberal (PL), mas houve um entendimento de que no PL, Jair Bolsonaro teria maior liberdade para fazer composições, enquanto no PP já têm pessoas importantes em cargos especialmente na região nordeste, isso seria mais difícil.

Presidente estava esem partido há quase dois anos. Foto: Brenda Colen/ Plox


O Partido Liberal que já foi conhecido como Partido da República (PR) é presidido pelo ex-deputado Waldemar da Costa Neto, um dos condenados no Mensalão. O PL é a principal legenda do conhecido centrão, os partidos que compõem a base do governo independente das ideias defendidas por ele.

O principal objetivo do partido é manter o comando da Câmara dos Deputados para obter poder juntamente ao Executivo, independentemente de Jair Bolsonaro se eleger em 2022. Hoje o PL tem a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, atrás do PSL e PT. O PL tem 43 parlamentares, o PSL 54 e o PT 53 cadeiras.

Até onde se sabe houve um acordo entre PL e PP. Assim, Jair Bolsonaro irá para o Partido Liberal, mas o candidato à vice-presidência será indicação do Partido Progressista. A intenção pelo que se sabe é também incluir o Republicanos. Desta forma, Jair Bolsonaro se case oficialmente e definitivamente com o Centrão, na junção de PL, PP e PR.

Bolsonaro foi eleito pelo PSL (Partido Social Libera). Foto: Brenda Colen/ Plox

 

O vice-presidente Hamilton Mourão está descartado como companheiro de chapa.  A composição da nova  chapa do presidente pode ser com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, ou da Casa Civil, Ciro Nogueira. Existem também especulações com uma das maiores vozes do bolsonarismo entre as denominações pentecostais, o pastor Silas Malafaia.
Vale lembrar que Jair Bolsonaro se elegeu em 2018 dizendo ser a nova política e criticando o que ele chamava de “toma-lá-dá-cá” e “velha política”. A aproximação dele com esses partidos têm gerado muitas críticas.

Espera-se que com a ida do presidente, a ala atraia os deputados bolsonaristas que se elegeram com Bolsonaro em 2018 no PSL, que agora devem migrar também para o PL. Assim, espera-se que a bancada Liberal salte de 43 para 65 deputados e se tornando uma grande força na Câmara dos Deputados. 
 


 

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