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China exige diploma de influenciadores para temas profissionais
Novas regras obrigam influenciadores digitais a comprovarem qualificações para falar sobre saúde, direito e finanças. Plataformas intensificam verificação em meio a tendência global de regulação.
10/11/2025 às 10:09por Redação Plox
10/11/2025 às 10:09
— por Redação Plox
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A Administração do Ciberespaço da China (CAC) iniciou a aplicação de novas regras em 25 de outubro, exigindo que influenciadores digitais apresentem diplomas ou certificações caso abordem temas considerados profissionais. Assuntos como medicina, direito, educação e finanças agora só podem ser tratados por criadores de conteúdo que comprovem expertise através de credenciais formais.
As normas vão além dos criadores individuais, exigindo que as plataformas instruam os usuários sobre suas obrigações ao disseminar conteúdo.
Foto: Reprodução / Redes sociais.
Plataformas reforçam controle sobre conteúdo especializado
As plataformas Douyin (versão chinesa do TikTok), Bilibili e Weibo foram orientadas a verificar as qualificações de seus influenciadores e garantir que os conteúdos contenham citações e indicações de responsabilidade adequadas. Também passou a ser exigido que criadores declarem explicitamente quando uma informação é baseada em estudos ou inclui elementos gerados por inteligência artificial.
Segundo informações, as novas exigências vão além dos criadores individuais, incluindo a necessidade de as próprias plataformas educarem seus usuários sobre as responsabilidades ao compartilhar conteúdo. Há, ainda, a proibição de divulgação de serviços de saúde e suplementos em publicações que possam ser interpretadas como conteúdo educacional.
Regulação ocorre em meio a campanha contra discurso negativo
Essa exigência de comprovação profissional faz parte de um movimento mais amplo do governo chinês para normatizar o ambiente online. Em setembro, a CAC lançou uma campanha para combater conteúdos que pudessem “incitar sentimentos excessivamente pessimistas”, promover “pânico” ou ideias que desvalorizem o esforço pessoal, como “trabalho duro é inútil”.
Desafios globais na verificação de informações
O cenário de fiscalização surge enquanto uma pesquisa recente da UNESCO destaca as dificuldades na verificação de informações entre criadores digitais ao redor do mundo. Segundo o levantamento realizado junto à Bowling Green State University, apenas 36,9% dos criadores checam o conteúdo antes de compartilhá-lo com o público.
O estudo aponta ainda que 41,7% deles consideram popularidade — com base em curtidas e visualizações — como principal critério de credibilidade. Experiências pessoais são a base para a produção da maioria dos conteúdos (58,1%), seguidas de pesquisa independente e entrevistas com especialistas (38,7%).
Mudanças em escala internacional
Além da China, outros países vêm estabelecendo regras específicas para influenciadores. Em 2024, a Espanha instituiu a chamada “Lei do Influenciador”, prevendo registro obrigatório e diretrizes de publicidade para criadores com rendimento superior a 300 mil euros por ano ou mais de 1 milhão de seguidores.
Conhecimento das regras ainda é limitado entre criadores
O estudo da UNESCO revelou também deficiências no entendimento das normas. Cerca de 59% dos entrevistados afirmaram desconhecer ou ter apenas ouvido falar das regulamentações para comunicações digitais, enquanto 27% sequer sabem das normas para criadores em seus próprios países.
Quando o assunto é conteúdo patrocinado, 52,6% dos criadores participam de parcerias com marcas. Desses, 58,9% usam rótulos para indicar conteúdo patrocinado, 46,8% fazem a divulgação de forma direta e aproximadamente 7,2% apresentam o material sem qualquer tipo de transparência.
China intensifica fiscalização e bloqueios em plataformas
Governos locais e plataformas digitais têm intensificado a aplicação das diretrizes do CAC. De acordo com relatos, o Weibo suspendeu mais de 1.200 contas suspeitas de espalhar rumores sobre a economia e programas sociais. Em cidades como Zhengzhou e Xi’an, autoridades investigaram e suspenderam contas acusadas de veicular informações negativas ou falsas sobre questões locais, incluindo o mercado imobiliário.
As ações regulatórias na China apresentam um viés político evidente e refletem preocupações da liderança em conter sensações generalizadas de mal-estar diante da incerteza econômica. O jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o People’s Daily, defendeu medidas mais rigorosas, ressaltando que plataformas não podem permitir a proliferação incontrolada do pessimismo e cobrando ação imediata de todos os envolvidos.
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