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Política
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COP 30 começa em Belém sob alerta diante de metas insuficientes
Maior conferência do clima revela urgência nas ações contra aquecimento global, com baixa adesão ao corte de emissões e desafios para o protagonismo brasileiro
10/11/2025 às 09:06por Redação Plox
10/11/2025 às 09:06
— por Redação Plox
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A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, tem início nesta segunda-feira (10) em Belém sob clima de urgência. O principal evento climático da ONU ocorre dez anos após o Acordo de Paris, mas chega marcado por metas consideradas insuficientes, baixa presença internacional e sinais de enfraquecimento das promessas para conter o aquecimento global.
Local que receberá a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, em Belém
Foto: Raimundo Pacco/COP30
Poucos avanços nos compromissos climáticos
Segundo a plataforma Climate Watch, apenas 79 dos 195 países signatários do Acordo de Paris apresentaram novas metas nacionais, abrangendo somente 64% das emissões globais, conforme relato do ‘Jornal Folha de S. Paulo’. O dado ressalta as dificuldades para cumprir o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C — patamar que, de acordo com o secretário-geral da ONU, António Guterres, está próximo de ser ultrapassado, ainda que talvez de modo temporário.
Guterres afirmou, em entrevista ao jornal britânico ‘The Guardian’, que as metas atuais representam apenas 10% de redução nas emissões, enquanto seria necessário um corte de 60% para que a meta de 1,5°C seja mantida. Ele vê, no entanto, possibilidade de regressão até o fim do século, caso haja mudança imediata de rumo durante a COP 30.
Cenário de catástrofes recentes e preocupações globais
A abertura da conferência ocorre após tragédias climáticas, como o tornado no Paraná e enchentes no Sul do Brasil, num contexto em que a resposta internacional é considerada insuficiente. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alerta que, mesmo com o cumprimento de todas as atuais promessas, o aumento da temperatura global pode chegar a entre 2,3°C e 2,5°C até 2100.
Brasil aposta em metas moderadas e novos fundos
Como anfitrião do evento, o Brasil chega com metas reconhecidas como realistas, embora não ambiciosas. As promessas nacionais incluem a redução de 59% a 67% das emissões até 2035, zerar o desmatamento ilegal até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. As principais apostas do governo brasileiro estão no Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, que planeja arrecadar US$ 10 bilhões até 2026, e no Plano de Transformação Ecológica.
Liderança ambiental sob teste internacional
Na cerimônia de abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve reforçar a intenção do Brasil em liderar a agenda ambiental. Entretanto, decisões como a autorização para exploração de petróleo na Margem Equatorial e a ausência de países de peso, como os Estados Unidos, colocam à prova a capacidade brasileira de convencer a comunidade internacional de que ainda há tempo — e vontade política — para reverter a emergência climática.
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