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Emprego
Brasil lidera salários na tecnologia na América Latina, aponta relatório
Profissionais de TI no Brasil recebem remuneração acima de países vizinhos, mas ainda enfrentam disparidades internas e desafios regulatórios.
10/11/2025 às 07:55por Redação Plox
10/11/2025 às 07:55
— por Redação Plox
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O Brasil lidera a América Latina na remuneração de profissionais de tecnologia, de acordo com o relatório The State of Global Compensation 2025, elaborado pela multinacional de recursos humanos Deel. O estudo avaliou mais de 1 milhão de contratos em 150 países e apontou o país como referência regional em salários do setor.
Competências como inteligência artificial, análise de dados e negociação estratégica se destacarão no mercado.
Foto: Freepik/ Reprodução
Engenheiros e cientistas de dados têm maiores salários
Segundo o levantamento, engenheiros e cientistas de dados brasileiros recebem, em média, US$ 67 mil anuais — aproximadamente R$ 358,9 mil por ano, ou R$ 31,8 mil por mês. Esse valor é mais alto do que o observado no México (US$ 48 mil, ou R$ 273 mil por ano) e na Argentina (US$ 42 mil, ou R$ 239 mil por ano).
Mesmo com o destaque na região, os salários no Brasil ainda ficam distantes dos principais mercados internacionais. Nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, a remuneração média anual para profissionais de tecnologia chega a US$ 150 mil — o que equivale a cerca de R$ 855 mil por ano.
Disparidades salariais internas no Brasil
Apesar do protagonismo regional, o relatório evidencia uma expressiva desigualdade nos salários entre diferentes áreas do setor tecnológico no país. Enquanto funções técnicas se mantêm em patamares elevados, profissionais das áreas de vendas, marketing, produtos e design têm ganhos bem inferiores quando comparados aos profissionais em países desenvolvidos.
Setor impulsionado por freelancers e demanda por IA
O crescimento do setor tecnológico brasileiro acompanha uma valorização global de especialistas, especialmente diante da busca por talentos em inteligência artificial e pela adoção de modelos de remuneração mais flexíveis. O relatório destaca a predominância do trabalho independente: 84% dos contratos no setor de tecnologia referem-se a freelancers (ICs – Independent Contractors), concentrados principalmente em Engenharia e Dados.
Nas áreas de Produto e Design, esse índice é de 79%, enquanto em Vendas e Marketing, chega a 55%. Esse formato colabora para redução de custos e maior agilidade operacional nas empresas, mas coloca em pauta desafios regulatórios e o risco de precarização, já que muitos profissionais atuam sem os mesmos direitos trabalhistas dos funcionários contratados em regime fixo.
Nesse contexto, o Brasil se consolida como alternativa competitiva para empresas que buscam mão de obra qualificada com custos menores em relação a mercados desenvolvidos.
Cresce participação acionária como estratégia de remuneração
O uso da participação acionária (equity) como estratégia para atrair e reter talentos tem crescido desde 2021, principalmente em startups e empresas de tecnologia.
Equity refere-se ao modelo de remuneração que concede ao profissional uma participação societária na empresa, geralmente por meio de ações ou opções de compra. Assim, além do salário, o colaborador se torna sócio e pode lucrar com a valorização da companhia ao longo do tempo.
Relatório revela desigualdade salarial de gênero
O levantamento da Deel também traz dados sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres no setor brasileiro de tecnologia. Em Engenharia e Dados, mulheres chegam a receber 29,5% menos do que os homens, uma diferença de US$ 26 mil (R$ 139,3 mil) anuais.
Na área de Produtos e Design, a disparidade salarial chega a US$ 14 mil (aproximadamente R$ 75 mil) por ano. Em Vendas e Marketing, a diferença é de US$ 5 mil (R$ 26,8 mil).
Engenharia e Dados
Homens: US$ 88 mil (R$ 471,4 mil)
Mulheres: US$ 62 mil (R$ 332,1 mil)
Produtos e Design
Homens: US$ 110 mil (R$ 589,2 mil)
Mulheres: US$ 96 mil (R$ 514,2 mil)
Vendas e Marketing
Homens: US$ 66 mil (R$ 353,5 mil)
Mulheres: US$ 61 mil (R$ 326,8 mil)
O cenário evidencia que, apesar do avanço tecnológico e das novas formas de remuneração, desafios como a igualdade de gênero e a regulamentação do trabalho independente seguem em pauta no setor de tecnologia brasileiro.
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