Enquanto opiniões afirmam que a fofoca “não edifica” relacionamentos, uma pesquisa recente das universidades Stanford e Maryland, nos Estados Unidos, sugere o contrário. O estudo, publicado em 2024 no periódico PNAS, aponta que fofocar pode fortalecer laços e construir confiança entre pessoas.

Compartilhando segredos e construindo confiança

Segundo os pesquisadores, a fofoca funciona como uma troca de informações que permite identificar em quem confiar. “Fofocar ajuda a criar vínculos sociais ao compartilhar segredos, mas é essencial que as informações sejam verdadeiras”, destacam os cientistas. Caso contrário, boatos e mentiras podem minar relações e prejudicar reputações.

Um estudo anterior de 2019 já havia revelado que o ser humano passa, em média, 52 minutos por dia fofocando. Nesse contexto, fofoca foi definida como qualquer troca de informações — positivas ou negativas — sobre pessoas ausentes na conversa.

A evolução da fofoca: benefícios e limites

A pesquisa mais recente também introduziu o conceito do “ciclo evolutivo da fofoca”, por meio de testes com robôs virtuais programados para fofocar. Eles desenvolveram estratégias de cooperação, e 90% optaram por trocar informações sobre reputação para formar parcerias confiáveis.

Entre as principais descobertas, destaca-se que a fofoca pode levar as pessoas a agir de maneira mais altruísta, já que ninguém quer ser alvo de comentários negativos. No entanto, os pesquisadores reforçam: os benefícios só ocorrem quando a prática é baseada na verdade.

Fofoca e comportamento humano

Além de estreitar laços sociais, a fofoca ajuda a monitorar comportamentos, incentivando as pessoas a manterem boa reputação. No entanto, espalhar informações falsas continua sendo um risco, capaz de abalar as relações em vez de fortalecê-las.

A pesquisa reforça que, quando usada de forma consciente e verdadeira, a fofoca pode ser mais do que um simples passatempo: ela pode ser uma ferramenta para a construção de confiança e cooperação no meio social.