Preço da carne sobe e pressiona inflação de novembro, aponta IBGE
Alimentação e bebidas lideram a alta e carnes registram aumento de 8,02%; inflação acumulada no ano ultrapassa meta do Banco Central
Por Plox
10/12/2024 12h02 - Atualizado há cerca de 19 horas
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, subiu 0,39% em novembro, conforme dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice apresentou desaceleração em relação a outubro, quando a alta foi de 0,56%.
Mesmo com o ritmo de crescimento mais lento, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 4,87%, acima dos 4,76% registrados até outubro. O valor permanece superior ao teto da meta do Banco Central, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja, até 4,5%).
Carnes impulsionam o custo de alimentos
O grupo Alimentação e Bebidas foi o que mais contribuiu para a alta da inflação em novembro, registrando variação de 1,55%. O destaque foi o aumento de 8,02% no preço das carnes, especialmente nos cortes de contrafilé, alcatra e costela, que, ao lado do óleo de soja, tiveram impacto de 0,03 ponto percentual cada no índice geral.
Além disso, o segmento de Transportes também pressionou o IPCA, com alta de 0,89%. O principal responsável foi o reajuste de 22,65% nas passagens aéreas, que exerceram o maior impacto individual sobre o índice. Em contrapartida, os combustíveis apresentaram leve queda de 0,15%, com redução nos preços do etanol (-0,19%) e da gasolina (-0,16%).
Redução na conta de luz ameniza inflação
O grupo Habitação teve papel importante na contenção da inflação, ao registrar queda de 1,53% em novembro. O recuo foi puxado pela redução de 6,27% no custo da energia elétrica residencial, resultado da adoção da bandeira tarifária amarela, que é mais barata para o consumidor. Para dezembro, está prevista a bandeira verde, que não implica cobrança adicional na conta de luz.
Outro fator de pressão sobre a inflação foi o grupo Despesas Pessoais, que subiu 1,43% no mês. A principal influência foi a alta de 14,91% no preço do cigarro, impulsionada pelo aumento da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).