Tiro nas costas mata mulher que seguia de moto durante operação policial no Rio
Disparo ocorreu na Vila do João, no Complexo da Maré, e polícia investiga se criminosos atiraram para desviar atenção dos agentes
Por Plox
10/12/2024 08h10 - Atualizado há cerca de 21 horas
Uma mulher de 30 anos foi morta ao ser atingida por um tiro nas costas enquanto andava de moto, nessa segunda-feira (9), na Vila do João, localizada no Complexo de Favelas da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro. O caso ocorreu durante mais uma fase da operação Torniquete, conduzida pela Polícia Civil para combater roubos de cargas e veículos na região.
A vítima, identificada como Alessa Brasil Vitorino, não era moradora da comunidade e, segundo testemunhas, estaria levando uma amiga até o local. Durante o trajeto, ela foi atingida pelas costas e não resistiu.
De acordo com o secretário estadual de Polícia Civil, Felipe Curi, a principal suspeita é de que o disparo tenha sido feito por criminosos com o objetivo de desviar a atenção dos policiais e tentar responsabilizar a corporação.
“Tudo leva a crer que foi realmente essa questão de prática de atos de terrorismo contra a população para tirar a polícia da operação, desviar o foco da polícia. Nenhuma hipótese está descartada, mas é justamente o mesmo modus operandi da mesma facção criminosa que atua nessa localidade onde ela foi atingida”, afirmou Curi.
Confronto deixa mortos e feridos
Além da morte de Alessa, a operação resultou na morte de dois criminosos que foram baleados durante o confronto com os policiais. Outra mulher também ficou ferida, mas seu estado de saúde não foi divulgado.
A Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada para investigar o caso. Por causa da operação e dos confrontos, duas das principais vias expressas da cidade, a Linha Amarela e a Avenida Brasil, chegaram a ser fechadas, o que causou transtornos no trânsito da região.
Operação Torniquete: prisões, apreensões e desmanche de quadrilhas
Durante a operação, 13 criminosos foram presos. Os policiais apreenderam seis fuzis, duas pistolas, duas granadas e mais de 150 kg de drogas. Também foram recuperados 68 veículos roubados e apreendidos celulares e dispositivos eletrônicos.
A operação resultou ainda na descoberta de dois pontos de clonagem de veículos, onde foram encontrados diversos carros de luxo. Além disso, foi localizado um ferro-velho clandestino, onde havia materiais metálicos furtados e roubados de concessionárias.
Roubos de cargas e veículos: a estratégia das quadrilhas
As investigações da Polícia Civil revelaram que as atividades criminosas nas comunidades incluem o armazenamento, o transbordo e a revenda de cargas roubadas. As quadrilhas também clonam veículos para venda ou troca por armas e drogas, além de desmanchar automóveis para revender peças.
Felipe Curi destacou a importância de combater as finanças dessas organizações criminosas. “Combatemos facções criminosas que são responsáveis por 80% dos roubos de veículos e por 90% dos roubos de cargas. O veículo roubado é fonte de receita. A carga roubada tem liquidez imediata. Nós atuamos contra as lideranças, mas muito mais para atacar as finanças dessas organizações”, afirmou.
A operação Torniquete faz parte de uma série de ações policiais voltadas ao combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, com foco na redução de roubos de cargas e veículos, crimes que afetam diretamente a economia e a segurança pública.