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Cruzeiro e Corinthians abrem semifinal da Copa do Brasil no Mineirão; veja detalhes

Times iniciam disputa por vaga na final nesta quarta (10/12), em Belo Horizonte, com volta marcada para domingo (14/12) na Neo Química Arena; ambos chegam invictos e sem sofrer gols no torneio

10/12/2025 às 09:36 por Redação Plox

Adversários em uma das semifinais da Copa do Brasil, Cruzeiro e Corinthians chegam ao confronto em estágios bem diferentes da temporada. A Raposa vive fase mais sólida, exibe um time tecnicamente superior e mais entrosado e aparece com ligeiro favoritismo. Essa condição, porém, pode ruir assim que a bola rolar. Como reforça o ditado, o jogo só se decide em campo.

Em fases opostas no Brasileiro, equipes duelam nesta quarta-feira (10), no Mineirão, em busca de lugar na final

Em fases opostas no Brasileiro, equipes duelam nesta quarta-feira (10), no Mineirão, em busca de lugar na final

Foto: Divulgação / Cruzeiro.


O primeiro duelo está marcado para esta quarta-feira (10), às 21h30, no Mineirão, que deve receber um grande público cruzeirense, responsável por empurrar o time durante todo o ano. No domingo (14/12), às 18h, na Neo Química Arena, será a vez da torcida corintiana tentar fazer a diferença no jogo de volta.


No último encontro entre as equipes, em 23 de novembro, pelo Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro dominou as ações no Mineirão e venceu por 3 a 0, em placar considerado até modesto diante do que foi a partida. Agora, o capítulo é outro em uma história iniciada em novembro de 1940, quando Cruzeiro e Corinthians se enfrentaram pela primeira vez.

Cruzeiro embala no segundo semestre após início irregular

A temporada cruzeirense, no balanço geral, é melhor que a do clube paulista, sobretudo a partir do segundo semestre. Nos primeiros meses do ano, contudo, os mineiros também conviveram com frustrações. O Cruzeiro iniciou 2025 com Fernando Diniz no comando. Em fevereiro, o português Leonardo Jardim assumiu a equipe, mas não conseguiu levar a Raposa à final do Campeonato Mineiro, caindo para o América nos pênaltis, na semifinal.


Em maio, o time celeste foi eliminado na fase de grupos da Copa Sul-Americana, com apenas uma vitória em seis partidas, desperdiçando a chance de voltar a conquistar um título internacional após 27 anos – o último foi a Recopa de 1998. A partir dessa queda, porém, o desempenho da equipe mudou de patamar: o Cruzeiro se encontrou em campo, o modelo de jogo de Jardim ganhou forma e passou a ser valorizado pela torcida.

Corinthians alterna título estadual e decepções continentais

Do outro lado, o Corinthians amargou sua primeira grande decepção do ano em março, ao cair ainda na fase preliminar da Copa Libertadores, sem sequer alcançar a etapa de grupos. Depois de superar o Universidad Central, da Venezuela, o time então dirigido pelo argentino Ramón Díaz foi eliminado pelo Barcelona de Guayaquil, do Equador: derrota por 3 a 0 fora e vitória insuficiente por 2 a 0 em São Paulo.


Poucos dias depois, a torcida corintiana teve um alívio com a conquista do Campeonato Paulista sobre o rival Palmeiras. O título, entretanto, não bastou para consolidar um período de estabilidade. Em abril, Díaz foi demitido, Dorival assumiu o comando e, após um mês de trabalho, viu o Corinthians ser eliminado precocemente na fase de grupos da Copa Sul-Americana.

Campanhas opostas no Campeonato Brasileiro

No Brasileirão, o Cruzeiro construiu uma campanha de destaque. Com 70 pontos – 19 vitórias, 13 empates e seis derrotas em 38 jogos –, terminou em terceiro lugar e chegou a disputar o título com Flamengo, campeão, e Palmeiras, vice-campeão, em diferentes momentos da competição. A classificação direta para a fase de grupos da Libertadores, definida como prioridade na Toca da Raposa, coroou o desempenho celeste.


Instável ao longo de todo o torneio, o Corinthians nunca conseguiu se firmar entre os primeiros colocados. A 13ª posição, com 47 pontos – 12 vitórias, 11 empates e 15 derrotas em 38 partidas –, expõe uma campanha apenas regular sob o comando de Dorival Júnior. Sem vencer nas últimas quatro rodadas, o time ainda garantiu vaga na Copa Sul-Americana, mas perdeu terreno na reta final e encerrou o campeonato a apenas quatro pontos da zona de rebaixamento.


Os números ajudam a explicar por que o Cruzeiro se manteve na parte de cima da tabela. A equipe de Leonardo Jardim terminou com o quinto melhor ataque, marcando 55 gols, e ostentou a segunda melhor defesa, vazada apenas 31 vezes. Em casa, foi o quarto melhor mandante, com 13 vitórias, quatro empates e duas derrotas. Como visitante, figurou entre os mais competitivos, sendo o terceiro melhor, com seis vitórias, nove empates e quatro derrotas. Kaio Jorge fechou o torneio como artilheiro do Brasileirão, com 21 gols.


Já o Corinthians teve desempenho ofensivo e defensivo aquém do desejado. Com apenas 42 gols marcados, foi dono do quinto pior ataque da competição. Sofreu 47 gols e terminou com a 10ª defesa mais vazada. O retrospecto em casa ficou distante dos melhores: foi apenas o 13º mandante, somando oito vitórias, seis empates e cinco derrotas em 19 jogos. Longe de seus domínios, repetiu a 13ª posição, com quatro vitórias, cinco empates e 10 derrotas.

Força na Copa do Brasil equilibra o confronto

Na Copa do Brasil, porém, o Corinthians apresenta uma face bem diferente daquela exibida no Brasileirão. Sob o comando de Dorival Júnior, a equipe deixou para trás Novorizontino, Palmeiras e Athletico-PR, alcançando a semifinal com campanha perfeita defensivamente: em seis partidas, foram oito gols marcados e nenhum sofrido.


O Cruzeiro também chega invicto às semifinais. Para avançar, eliminou Vila Nova (GO), CRB e o rival Atlético. Em seis jogos, somou cinco vitórias e um empate, fez 11 gols e não foi vazado. A Raposa ainda conta com o artilheiro da Copa do Brasil, Kaio Jorge, com cinco gols marcados.

Histórico na Copa do Brasil pesa, mas decisão é aberta

Os dois confrontos desta semifinal têm potencial para entrar na história do duelo entre Cruzeiro e Corinthians. Será a sétima vez que os clubes se enfrentam na Copa do Brasil. Nas seis anteriores, a Raposa levou a melhor em quatro, incluindo o encontro que rendeu o título de 2018. Com o histórico favorável, a boa fase recente e o peso das camisas em campo, a vaga na final promete ser decidida nos detalhes.


Com cartas azuis e pretas sobre a mesa, a definição virá apenas na noite do próximo domingo (14), quando o apito final na Neo Química Arena apontar quem segue vivo rumo ao título e quem ficará pelo caminho.

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