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Economia
Dólar recua em dia de superquarta com decisões de juros no Brasil e nos EUA
Moeda americana cai 0,22%, a R$ 5,4230, em sessão marcada por IPCA abaixo do esperado, expectativa de Selic estável em 15% e possível corte de juros pelo Fed em meio a cenário político e externo mistos
10/12/2025 às 09:34por Redação Plox
10/12/2025 às 09:34
— por Redação Plox
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O dólar iniciou a sessão desta quarta-feira (10) em queda de 0,22%, cotado a R$ 5,4230, em meio à combinação de fatores internos e externos que seguem no radar dos investidores. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, tem abertura prevista para as 10h.
A sessão marca a última “superquarta” do ano, com agenda carregada de indicadores e decisões de política monetária. A inflação de novembro no Brasil e as reuniões sobre juros aqui e nos Estados Unidos concentram as atenções, enquanto o cenário político doméstico também ajuda a definir o humor do mercado.
O dólar subiu 0,26%, fechando a R$ 5,4349, enquanto o principal índice da bolsa recuou 0,13%, aos 157.981 pontos
Foto: Reprodução
Inflação de novembro desacelera e surpreende o mercado
O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, que registrou alta de 0,18% no mês. Em 12 meses, o indicador acumula avanço de 4,46%, após marcar 4,68% no período imediatamente anterior, sinalizando desaceleração. O IPCA-15 já havia apontado esse movimento ao indicar inflação de 4,5% na prévia.
No acumulado de 2024, a inflação chega a 3,92%. O resultado de novembro veio ligeiramente abaixo das projeções do mercado, que esperava alta de 0,20% no mês e 4,5% em 12 meses.
Os itens que mais pressionaram o índice foram despesas pessoais e habitação — como aluguel e contas —, seguidos por roupas, transportes e educação. Em direção oposta, houve recuo de preços em artigos para o lar, alimentação, saúde e comunicação, o que ajudou a conter a alta do IPCA.
Superquarta: foco nas decisões de juros no Brasil e nos EUA
Os mercados acompanham nesta quarta-feira as decisões de juros do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve, na chamada Superquarta.
No Brasil, a expectativa predominante é que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa Selic em 15% ao ano mais uma vez. Investidores buscam pistas sobre o início do próximo ciclo de cortes — se a partir de janeiro ou de março do ano que vem —, em meio à avaliação de que a autoridade monetária deve seguir cautelosa.
Em declarações recentes, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que as decisões sobre juros são baseadas em fatos e dados e indicou que a taxa básica deve permanecer elevada por mais tempo. Ele já havia afirmado, em evento no início deste mês, que os números de desemprego de outubro revelam um quadro econômico mais complexo que o antecipado, exigindo atuação mais conservadora na condução da política monetária.
A taxa de desemprego recuou para 5,4% no trimestre encerrado em outubro — o menor patamar desde o início da série histórica, em 2012 — mesmo em um ambiente de juros altos e sinais mistos no mercado de trabalho.
O Brasil vive um contexto em que variáveis que normalmente caminham juntas passaram a se mover em direções inesperadas — como juros altos acompanhados simultaneamente por queda do desemprego e da inflação. Gabriel Galípolo
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve divulga sua decisão sobre a taxa básica de juros às 16h (horário de Brasília), seguida de coletiva do presidente Jerome Powell. O mercado trabalha majoritariamente com a projeção de corte de 0,25 ponto percentual, levando os Fed Funds para a faixa de 3,5% a 3,75%, em continuidade ao ciclo de afrouxamento monetário.
As apostas foram fortalecidas após a divulgação, em atraso, do PCE de setembro — indicador de inflação preferido do Fed —, postergado por causa da paralisação de 43 dias do governo norte-americano. Os dados mostraram que os gastos do consumidor avançaram em linha com as estimativas e que os preços básicos subiram 2,8% em 12 meses, ligeiramente abaixo da expectativa de 2,9%.
Cenário político e percepção de risco
No campo político, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto que reduz a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos por tentativa de golpe. A possível mudança reacende especulações sobre os desdobramentos para a disputa eleitoral de 2026 e entra no cálculo dos investidores ao avaliar o ambiente de risco.
Parte dos agentes do mercado avalia que a manutenção do atual governo tende a dificultar a implementação de ajustes mais robustos nas contas públicas, o que costuma pressionar o câmbio e o Ibovespa.
Desempenho do dólar e do Ibovespa
No acumulado da semana, do mês e do ano, os principais indicadores brasileiros exibem o seguinte quadro:
Dólar
Acumulado da semana: +0,04%
Acumulado do mês: +1,87%
Acumulado do ano: -12,05%
Ibovespa
Acumulado da semana: +0,39%
Acumulado do mês: -0,69%
Acumulado do ano: +31,34%
Bolsas globais reagem à expectativa sobre o Fed
Em Wall Street, os principais índices fecharam sem direção única na terça-feira, em compasso de espera pela decisão de política monetária do Federal Reserve.
Outro ponto de atenção foi a autorização do governo dos EUA para que a Nvidia volte a vender chips de inteligência artificial à China, o que impulsionou as ações da companhia e de outras empresas de tecnologia.
Ao fim do pregão, o Dow Jones recuou 0,37%, aos 47.560,81 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 0,09%, para 6.840,52 pontos. O Nasdaq destoou e avançou 0,13%, aos 23.576,49 pontos.
Na Europa, as bolsas encerraram majoritariamente em baixa, refletindo o clima de cautela global antes da decisão do Fed e a agenda de outros bancos centrais. O índice STOXX 600 recuou 0,04%, para 578,11 pontos. Em Londres, o FTSE 100 teve leve queda de 0,03%, aos 9.642,01 pontos, e o CAC 40, em Paris, cedeu 0,69%, para 8.052,51 pontos. Já o DAX, em Frankfurt, subiu 0,49%, aos 24.162,65 pontos.
Investidores acompanham ainda as próximas reuniões de política monetária na região. O Banco Nacional Suíço divulga sua decisão na quinta-feira, enquanto o Banco da Inglaterra e o Banco Central Europeu (BCE) se reúnem na próxima semana.
Mercados asiáticos sob pressão com menor estímulo chinês
Na Ásia, as bolsas da China e de Hong Kong encerraram em queda após a liderança chinesa sinalizar que não pretende adotar novos estímulos no curto prazo, apesar das tensões comerciais e da fragilidade do setor imobiliário. Em outras praças da região, o movimento foi misto.
Em Xangai, o índice SSEC recuou 0,37%, para 3.909 pontos, enquanto o CSI300 caiu 0,51%, a 4.598 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,29%, para 25.434 pontos. Já em Tóquio, o Nikkei avançou 0,1%, aos 50.655 pontos.