Polícia

PF deflagra Operação Vectris e desarticula central logística de contrabando em Curitiba

Ação cumpre mandados de busca, prisões preventivas e sequestro de bens contra organização criminosa que usava transportadoras e empresas de fachada para movimentar mais de R$ 10 milhões por ano em mercadorias ilícitas

10/12/2025 às 10:58 por Redação Plox

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (10/12), a Operação Vectris, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de manter uma espécie de “central logística” de contrabando e descaminho, com base em Curitiba (PR) e ramificações na região de fronteira e no Sudeste do país.

Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, duas prisões preventivas e ordens de sequestro de bens, entre imóveis e veículos, apontados como instrumentos para lavagem de dinheiro do esquema.


Entre os principais itens apreendidos no contrabando estavam celulares, cigarros importados e aparelhos eletrônicos para fumar

Entre os principais itens apreendidos no contrabando estavam celulares, cigarros importados e aparelhos eletrônicos para fumar

Foto: PF/Divulgação

Organização atuava como empresa de logística do crime

De acordo com as investigações, o grupo estruturou uma operação que funcionava como uma empresa formal. As cargas ilícitas eram enviadas a partir da fronteira, recebidas em Curitiba por meio de transportadoras e retiradas com uso de destinatários simulados.

Em seguida, as mercadorias eram redistribuídas para centros clandestinos em São Paulo e Santa Catarina, abastecendo o comércio ilegal em diferentes regiões. Entre os principais produtos contrabandeados estavam celulares, cigarros estrangeiros e dispositivos eletrônicos para fumo.

Os investigadores apontam que o núcleo paranaense fazia o gerenciamento completo das mercadorias: catalogava as cargas, controlava o fluxo de estoque e organizava a remessa para outros estados.

Fraudes fiscais e remessas milionárias

As cargas entravam no país amparadas por notas fiscais com conteúdo falso ou ideologicamente inverídico, produzidas para mascarar a real natureza dos produtos. Essa estrutura documental servia para dar aparência de legalidade ao transporte e dificultar a fiscalização.

A Polícia Federal estima que o grupo movimentava mais de R$ 10 milhões por ano, considerando o volume e a frequência das remessas monitoradas ao longo das apurações.

Segundo a PF, a rota do contrabando operava em três etapas principais:

Fronteira: integrantes remetiam os produtos contrabandeados por meio de transportadoras.

Curitiba: o núcleo operacional recebia as mercadorias com uso de documentos fiscais fraudulentos.

Sudeste e Sul: vans transportavam as cargas até centros de vendas clandestinas em São Paulo e Santa Catarina.

Apoio de outros órgãos e rastreamento das remessas

A Operação Vectris contou com apoio da Receita Federal e da Guarda Municipal de São José dos Pinhais, que auxiliaram no rastreamento das remessas e na identificação das empresas de fachada supostamente utilizadas para encobrir o esquema.

Os dados obtidos nessas ações conjuntas foram fundamentais para mapear a estrutura da organização, identificar os responsáveis pelo núcleo logístico em Curitiba e avançar sobre o patrimônio que teria sido acumulado com o contrabando.

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