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Política
CCJ do Senado aprova PEC que reduz jornada máxima de trabalho para 36 horas semanais
Proposta prevê transição em quatro anos, com manutenção de salários, dois dias de descanso remunerado e inspiração em experiências internacionais
10/12/2025 às 18:20por Redação Plox
10/12/2025 às 18:20
— por Redação Plox
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (10) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 148/2015, que estabelece a redução progressiva da jornada máxima semanal de trabalho no país até o limite de 36 horas, além de assegurar dois dias de descanso remunerado, preferencialmente aos sábados e domingos. Segundo o senador Rogério Carvalho (PT-SE) , a mudança beneficiará 38 milhões de brasileiros. Veja os detalhes na Live.
Com a aprovação na CCJ, a PEC segue agora para análise do Plenário do Senado, em dois turnos de votação. Se for aprovada, será enviada à Câmara dos Deputados para continuidade da tramitação.
Transição gradual para 36 horas semanais
A proposta prevê uma transição ao longo de quatro anos. No primeiro ano após a promulgação, o limite de jornada cai de 44 para 40 horas semanais. Nos anos seguintes, a carga horária é reduzida em uma hora por ano, até alcançar 36 horas semanais.
A jornada diária permanece limitada a oito horas, com a manutenção de acordos de compensação firmados por meio de negociação coletiva. A redação da PEC também assegura que a redução da jornada não poderá resultar em diminuição salarial para os trabalhadores.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Bem-estar, produtividade e saúde no centro do debate
O relator da proposta, senador Rogério Carvalho (PT-SE), ressaltou no parecer que a mudança busca responder a demandas atuais relacionadas a bem-estar, produtividade e saúde no ambiente de trabalho. A jornada 6x1, ainda predominante em diversos setores, é apontada por especialistas como geradora de fadiga, aumento do risco de acidentes e prejuízos à vida social.
De acordo com pesquisa do DataSenado mencionada no relatório, 84% dos trabalhadores avaliam que jornadas menores contribuiriam para melhorar a qualidade de vida. Esse dado reforça o diagnóstico de que a redução da carga horária pode ter impacto positivo direto no cotidiano da população ocupada.
Efeitos sobre o setor produtivo e experiências internacionais
Para o autor da PEC, senador Paulo Paim (PT-RS), a proposta também traz benefícios ao setor produtivo, ao diminuir a dependência de horas extras e possibilitar uma melhor distribuição do trabalho entre os empregados.
O parecer menciona estudos que apontam resultados favoráveis em experiências recentes de redução de jornada na Espanha e em Portugal, com ganhos de produtividade e criação de novos postos de trabalho. Esses exemplos internacionais são utilizados como referência para embasar a mudança prevista na legislação brasileira.
Discussão com governo, empresários e trabalhadores
O tema foi debatido em audiências públicas no Senado, que reuniram representantes do governo, do setor empresarial, de centrais sindicais, além de juristas e especialistas em saúde do trabalho. Esse processo buscou garantir base técnica e pluralidade de visões na formulação da proposta.
Com a análise concluída na CCJ, a discussão sobre a redução da jornada de trabalho entra agora na etapa decisiva no Plenário do Senado, onde senadores irão avaliar os impactos econômicos e sociais da mudança constitucional.