Aumento de 5% nos casos de Hanseníase no Brasil de janeiro a novembro de 2023

O Brasil registrou um aumento preocupante de 5% nos casos de hanseníase entre janeiro e novembro de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior, revelando um total de 19.219 novos diagnósticos. Esta estatística, ainda que preliminar, coloca em foco a necessidade contínua de medidas de saúde pública e conscientização sobre a doença.

Liderança de Mato Grosso em Casos de Hanseníase O estado de Mato Grosso apresentou o maior número de casos, com 3.927 novos diagnósticos até novembro, um aumento de 76% em relação a 2022. Este crescimento é atribuído a uma política ativa de detecção da doença, incluindo a capacitação de profissionais de saúde. A Secretaria de Saúde de Mato Grosso enfatizou que este aumento nos diagnósticos é resultado de esforços contínuos e representa um aspecto positivo na luta contra a hanseníase.

Diagnósticos e Desafios Durante a Pandemia A pandemia da COVID-19 contribuiu significativamente para a subnotificação e para o agravamento dos casos de hanseníase, como indicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Em 2021, 11,2% dos 18.318 novos pacientes já apresentavam lesões graves quando diagnosticados. A situação atual é considerada ainda mais grave devido à predominância de diagnósticos por demanda espontânea, levando muitas pessoas a não serem tratadas a tempo.

Janeiro Roxo e Conscientização sobre Hanseníase A campanha Janeiro Roxo, oficializada pelo Ministério da Saúde, é um esforço nacional para conscientizar a população e as autoridades sobre a importância do diagnóstico precoce e do combate ao preconceito relacionado à hanseníase. Apesar de ser parte do calendário do Ministério da Saúde, a iniciativa é predominantemente realizada por estados e municípios. Por exemplo, a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) anunciou um ciclo de capacitações para servidores estaduais e municipais durante o mês de janeiro.

Comentários de Especialistas Faustino Pinto, coordenador Nacional do Morhan, destacou a importância de campanhas nacionais mais abrangentes e de busca ativa de pessoas infectadas para aumentar as notificações e tratar mais casos. Ele enfatizou que tais esforços poderiam eventualmente levar à redução e até erradicação da doença no futuro.