TCU investigará uso de verba pública em viagem de ministro para carnaval fora de época
Gastos de R$ 18,5 mil em viagem de Márcio Macêdo e servidores durante "Pré-Caju" levantam questionamentos
Por Plox
11/01/2024 10h54 - Atualizado há 11 meses
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, do Partido dos Trabalhadores (PT), está no centro de uma polêmica após utilizar dinheiro público para financiar uma viagem para ele e três servidores a Aracaju, Sergipe, durante um Carnaval fora de época, conhecido como "Pré-Caju". O evento, que aconteceu no final de 2023, custou ao erário público R$ 18,5 mil, conforme revelado pelo Portal da Transparência
Detalhes dos Gastos e Participação no Evento Os gastos incluíram a viagem de um fotógrafo oficial da Presidência, responsável por documentar a participação de Macêdo no evento. O ministro, que tem sua base eleitoral no estado de Sergipe, marcou presença durante todos os três dias do "Pré-Caju", publicando 28 fotos em suas redes sociais com legendas animadas. Em uma entrevista concedida à TV local no terceiro dia do evento, Macêdo compartilhou suas experiências, que também foram divulgadas em suas redes sociais.
Consequências Administrativas A situação tomou um rumo mais complexo quando Lauro Jardim, colunista do jornal O Globo, noticiou que a secretária-executiva da pasta, Maria Fernanda Ramos Coelho, pediu exoneração após se recusar a aprovar as referidas viagens. O Globo detalhou os gastos da comitiva do ministro e as justificativas oficiais apresentadas. Interessantemente, apesar da viagem ter sido justificada como uma participação em uma agenda do Instituto Renascer para Vida (Revida), não houve nenhum registro oficial do ministro no local.
Investigação do Ministério Público e do TCU Em resposta a essas alegações, a Secretaria-Geral da Presidência anunciou a abertura de uma sindicância para apurar os fatos. Enquanto isso, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União apresentou uma representação para que a Corte investigue a viagem. Lucas Furtado, subprocurador-geral, destacou na representação a preocupação com "possíveis condutas atentatórias à moralidade administrativa", questionando a utilização de recursos públicos para fins privados, sem interesse público evidente.