PC desarticula organizações criminosas e cumpre mandados em Ipatinga e Timóteo
Segundo a PCMG, foram deflagradas a “Operação Gança” e a “Operação Dispensa Geral”
Por Plox
11/02/2021 08h38 - Atualizado há mais de 4 anos
No começo dessa semana, a Polícia Civil de Minas Gerais deflagrou duas operações, “Operação Gança” e “Operação Dispensa Geral”, e cumpriu diversos mandados de prisão e apreensão em todo o Brasil. No Vale do Aço, interior de Minas Gerais, foram cumpridos mandados em Ipatinga e Timóteo.
Operação Gança
Nessa quarta-feira (10), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou a segunda fase da operação Gança, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em crimes contra o patrimônio. No total, foram cumpridos sete mandados de prisão e três de busca e apreensão nas cidades mineiras de Três Corações, São Bento Abade, Timóteo, e também na capital paulista.
Segundo o delegado Pedro Paulo Marques, chefe do 6º Departamento de Polícia Civil, as investigações duraram cerca de dois anos e meio e o grupo investigado agia por meio de agiotagem. “Eles emprestavam dinheiro com cobrança exorbitante de juros. A partir do momento em que o devedor não conseguia quitar a dívida, surgiam ameaças e se, por exemplo, esse devedor era uma empresa e não conseguia pagar a dívida, a empresa devedora era tomada. Uma equipe composta tanto pelo núcleo gerencial, pelo núcleo jurídico e pelo núcleo operacional se apoderava dessa determinada empresa e começava simplesmente a ‘dar o cano’ geral no mercado”, detalha.

Segundo apurado, os suspeitos, após apropriarem-se das empresas como forma de pagamento das dívidas, chegavam a comprar materiais e revendiam a preço de custo, mas não realizavam o pagamento. Assim, havia ainda o enfraquecimento da concorrência nas cidades em que eram aplicados os golpes.
De acordo com a PC, dessa forma, o grupo estaria envolvido em diversos crimes, como locação fraudulenta de veículo financiados; financiamentos contratados e não pagos para aquisição de automóveis de luxo; compra de diversos equipamentos e materiais de construção em grande quantidade para revenda em empresas em nome de ‘laranjas’; agiotagem; falsidade documental; lavagem de dinheiro; ameaças; entre outros.
Nessa segunda fase, os alvos da operação seriam integrantes do núcleo gerencial, operacional e jurídico da organização criminosa. “Era uma organização criminosa muito bem organizada, com as funções muito bem definidas”, reforça o delegado.
Ainda, foi decretado o arresto de bens no valor de R$ 2 milhões, prejuízo estimado causado pela organização criminosa, além de medidas cautelares contra dois advogados que seriam integrantes do grupo. Ao todo, dez mandados de prisão foram expedidos, sendo que três dos investigados estão foragidos. A PCMG prossegue as investigações a fim de localizá-los.
Participaram da operação 40 policiais civis. A ação foi deflagrada pelo 6º Departamento de Polícia Civil em Lavras e contou com o apoio do 12º Departamento de Polícia Civil em Ipatinga, Coordenação Aerotática (CAT), setor de inteligência do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), 1º Departamento de Polícia Civil em Belo Horizonte, Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária (SIPJ), bem como da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Receita Estadual, Ministério Público de Minas Gerais e 6ª Cia Polícia Ambiental/PM.
Operação Dispensa Geral
Nessa terça-feira (9), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou a operação Dispensa Geral, com o objetivo de cumprir 15 mandados de busca e apreensão relacionados com investigação que apura os crimes de dispensa irregular de licitação e corrupção ativa e passiva. Foram realizadas buscas na capital mineira e nas cidades de Santa Luzia, Nova Lima, Ribeirão das Neves e Ipatinga, além de Cotia (SP).

As investigações apontam suspeita de irregularidades em dois procedimentos de dispensa de licitação da Prefeitura de Santa Luzia. Segundo apurado, a administração municipal contratou uma empresa de serviços gerais visando à terceirização de diversos postos de trabalho no município no ano de 2018. Os dois contratos decorrentes da dispensa de licitação analisados apontam suspeitas de sobrepreço, podendo alcançar aproximadamente R$ 9,3 milhões em valores não corrigidos.
Na ação policial, foram apreendidos documentos, celulares, computadores e dispositivos de armazenamento de dados, que serão analisados durante a investigação. Além disso, após pedido da PCMG, foi autorizado pela Justiça o sequestro de valores financeiros nas contas dos suspeitos de quase R$ 14,8 milhões.
A ação foi realizada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção.