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Política

Carnaval de BH: da proibição à explosão cultural e política

A festa ganha força como símbolo de resistência e diversidade cultural após veto do ex-prefeito Marcio Lacerda.

11/02/2024 às 12:28 por Redação Plox

O Carnaval de Belo Horizonte experimentou um verdadeiro renascimento após enfrentar um decreto do então prefeito Marcio Lacerda em 2009, que proibia a realização de eventos na Praça da Estação. Esse ato, considerado impopular, desencadeou uma série de manifestações que se transformaram no movimento “Praia da Estação”, reunindo centenas de pessoas em protesto. A resistência culminou na revogação do decreto e no florescimento de uma festa que hoje é marcada pela contestação política, resistência e uma expressiva participação popular, distribuída por toda a cidade.

 

Foto: Julia Lanari/Divulgaçã/PBH

Historiadores e especialistas destacam a origem política do Carnaval de BH, mas também apontam para a sua evolução para além da resistência. Eugênio Raggi, historiador e professor, afirma que o evento, embora vinculado ao ato de Lacerda, possui raízes mais profundas na cultura e na sociedade belo-horizontina, representando um movimento que já estava latente. Segundo Raggi, o "renascimento" do Carnaval na cidade poderia ter ocorrido por outros motivos, mas foi antecipado pela proibição do ex-prefeito, que paradoxalmente, acabou sendo visto como um "pai do Carnaval de BH".

Por outro lado, Geo Cardoso, conhecido como Geo Ozada, fundador do Bloco Baianas Ozadas, prefere não limitar o Carnaval apenas à esfera política, ressaltando sua importância como expressão da diversidade cultural brasileira. Para ele, o Carnaval reflete a miscigenação e multiculturalidade do povo brasileiro, sendo uma manifestação cultural amplamente reconhecida internacionalmente.

Além da discussão cultural e política, o Carnaval de Belo Horizonte se destaca como uma plataforma para políticos e futuros candidatos. Adriano Cerqueira, cientista político, observa que, embora o Carnaval possa não ter um impacto direto nas eleições, eventos marcantes durante a festa podem influenciar o debate político e a popularidade dos gestores.

Débora Thome, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas e fundadora de um bloco de Carnaval no Rio de Janeiro, vê o Carnaval como uma oportunidade para os cidadãos experimentarem a cidade de maneira diferente, promovendo assim uma forma de manifestação política. Segundo ela, as fantasias e temas dos blocos refletem as discussões e preocupações da comunidade, tornando o Carnaval um momento propício para o diálogo entre políticos e cidadãos.

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