Presidente Lula embarca para a China com expectativas comerciais e diplomáticas

Além de questões comerciais, o governo brasileiro espera que a visita de Lula possa melhorar a relação diplomática com a China, após as hostilidades do governo anterior

Por Plox

11/04/2023 08h27 - Atualizado há mais de 1 ano

Nesta terça-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou para a China após adiar a viagem por conta de um diagnóstico de pneumonia. A visita é muito aguardada, já que a China é o principal parceiro comercial do Brasil, recebendo 27% das exportações brasileiras em 2022.

Além de questões comerciais, o governo brasileiro espera que a visita de Lula possa melhorar a relação diplomática com a China. O presidente teve que adiar a primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para maio, que será composto por 200 integrantes da sociedade civil.

Durante a viagem de Lula, Alckmin será o presidente em exercício. Foto: Ricardo Stuckert.

 

Setores como agronegócio, infraestrutura e tecnologia são os principais alvos da agenda econômica na viagem. Com relação ao agronegócio, especialistas apontam a oportunidade de o país expandir a exportação de carnes para o mercado asiático. Desde 2013, a China é o principal destino dos produtos do agronegócio brasileiro, representando 31,9% da exportação em 2022.

Na infraestrutura, a China é um dos principais investidores no Brasil, com 4,8% do total de investimentos internacionais entre 2007 e 2021. A expectativa é que a visita possa fortalecer ainda mais essa relação, sendo importante para o Brasil suprir carências no setor.

Com relação à tecnologia, a viagem anterior de Lula incluía uma visita a um centro de pesquisa da Huawei e uma parceria no desenvolvimento de tecnologia de monitoramento. Antes do diagnóstico do presidente, o Itamaraty pretendia assinar pelo menos 20 acordos com os chineses durante a viagem, incluindo a reativação de um fundo de R$ 20 bilhões criado em 2015.

Geopolítica em discussão 

No âmbito geopolítico, Lula deve discutir com o presidente chinês, Xi Jinping, o seu acordo de paz para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia. Lula defendeu o fim da guerra em café com jornalistas e sugeriu que a Ucrânia poderia ceder a península da Crimeia à Rússia em troca de um acordo de paz. A declaração gerou críticas de autoridades ucranianas. A postura da China sobre a guerra não deve mudar substancialmente, considerando a recente visita de Xi ao presidente Vladimir Putin.

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