Suposta overdose por droga 'K' já matou 13 detentos em penitenciária mineira

Autoridades de Minas Gerais investigam a morte de 13 detentos no presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, suspeitas de serem causadas por overdoses da droga sintética denominada "K".

Sete dessas mortes ocorreram nos últimos dez dias, enquanto as outras seis foram registradas entre dezembro de 2023 e março de 2024.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) confirmou que aguarda resultados de laudos periciais e reiterou que os corpos não apresentavam lesões visíveis.
A Polícia Civil e o Governo de Minas ainda não responderam aos questionamentos sobre o caso.

drogas 'K': um risco subestimado

As drogas "K", que incluem variações como K2, K4 e K9, também são erroneamente conhecidas como maconha sintética, mas especialistas alertam que são muito mais perigosas.
Fernanda Bono Fukushima, da Universidade Estadual Paulista, explica que essas substâncias sintéticas têm um impacto muito mais agressivo no organismo, podendo inclusive levar à morte.
Apesar de serem vendidas sob a aparência de serem menos nocivas, essas drogas sintéticas possuem um alto potencial destrutivo e causam diversos efeitos negativos no corpo, como dependência, aumento da frequência cardíaca, ataques de raiva, paranoia, e até mesmo falência renal e arritmias cardíacas que podem resultar em morte.

como chega e como é consumida

A matéria-prima para essas drogas sintéticas chega ao Brasil principalmente por meio de contrabando através de portos, aeroportos e fronteiras terrestres.
Elas podem ser consumidas de várias formas, incluindo pulverização em papéis, inalação direta, ou misturadas em ervas para serem fumadas.
No Brasil, esses componentes são às vezes combinados até mesmo com pesticidas, aumentando ainda mais os riscos associados ao seu consumo.