Bolsonaro rejeita proposta de Motta e defende anistia total aos presos do 8 de janeiro

Ex-presidente rechaça ideia de redução de penas e reforça pedido por anistia ampla, após reunião com Hugo Motta

Por Plox

11/04/2025 13h55 - Atualizado há 4 meses

Durante um almoço reservado com advogados de direita realizado nesta quinta-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou sua posição em relação aos presos dos atos do 8 de janeiro. Para ele, não há espaço para negociações envolvendo modulação ou redução de penas. O que defende, de forma categórica, é uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.


Imagem Foto: Youtube


A declaração ocorreu no mesmo contexto em que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem buscado articulações com o Executivo e o Supremo Tribunal Federal (STF) para revisar as penas dos envolvidos nos protestos que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes.



Na última quarta-feira (9), Bolsonaro se reuniu com Motta para tratar diretamente do tema. Segundo a assessoria da presidência da Câmara, o encontro de fato aconteceu, embora não estivesse na agenda oficial do parlamentar. A reunião contou com um apelo direto do ex-presidente para que a proposta da anistia fosse colocada em votação. Durante o encontro, Bolsonaro também tentou amenizar as recentes críticas do pastor Silas Malafaia ao deputado paraibano, alegando que o líder religioso não entende completamente os trâmites legislativos. $&&$“Não dá para resolver na pancada”$, comentou.


A movimentação de Motta em torno da pauta da anistia tem envolvido diversas frentes. Ele discutiu o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua viagem ao Japão e já conversou com ministros do STF como Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes. Apesar dessas articulações, o parlamentar tem resistido às pressões para pautar o projeto na Câmara, o que o colocou na mira de manifestantes no último domingo (6), durante ato liderado por Bolsonaro na Avenida Paulista.



Bolsonaro destacou que um momento importante da discussão sobre a anistia ocorreu com o voto do ministro Luiz Fux, durante o julgamento que o tornou réu no Supremo por suposta tentativa de golpe de Estado. Na ocasião, Fux mencionou a possibilidade de modulação das penas. Para o ex-presidente, essa fala foi uma “fissura” em um posicionamento que antes parecia intransponível. Ele exaltou ainda o discurso de Michelle Bolsonaro durante o ato em São Paulo, no qual ela criticou a atuação do STF e apelou diretamente a Fux para que não deixasse “mães” presas injustamente.



$&&$“A modulação não nos interessa. Redução de penas não nos interessa. O que nos interessa, sim, é anistia ampla, geral e irrestrita”$, declarou Bolsonaro, reforçando sua posição durante o evento com os advogados. Ele ainda afirmou que a bancada do PL está próxima de atingir o número mínimo de assinaturas necessárias para protocolar o requerimento de urgência da proposta de anistia, que possibilitaria sua votação direta no plenário da Câmara.


A questão segue como um dos principais embates políticos em curso, envolvendo articulações entre Judiciário, Legislativo e figuras influentes do espectro conservador nacional.


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