Inflação de março é a maior em 22 anos e alimentos puxam alta de preços
Com impacto direto no bolso, o IPCA subiu 0,56% em março, liderado por tomate, ovos e café; BH tem maior inflação do país no acumulado de 12 meses
Por Plox
11/04/2025 10h17 - Atualizado há 3 meses
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou avanço de 0,56% no mês de março, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11). O índice representa a maior alta para o mês em 22 anos, mesmo com uma desaceleração em relação a fevereiro, quando o indicador subiu 1,31%.

O aumento foi puxado principalmente pelo grupo de alimentos e bebidas, com destaque para o tomate, cujo preço disparou 22,55% em apenas um mês. O gerente de pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, explicou que o calor do verão acelerou a maturação do fruto, provocando colheitas antecipadas e, posteriormente, queda na oferta. Já os ovos subiram 13,13%, impulsionados pelo custo do milho — base da alimentação das aves — e pela maior procura durante a quaresma.
O café também foi um dos destaques, subindo 8,14% em março. No acumulado de 12 meses, o aumento chega a impressionantes 77,78%, reflexo da quebra de safra no Vietnã e problemas climáticos que atingiram a produção brasileira. Em contrapartida, alguns itens registraram queda nos preços, como o óleo de soja (-1,99%), o arroz (-1,81%) e as carnes (-1,60%).
A alimentação fora do lar também sofreu impacto, com aumento médio de 0,77%. As refeições subiram 0,86% e o tradicional cafezinho ficou 3,48% mais caro. Fora do setor alimentício, as passagens aéreas registraram alta expressiva de 6,91%. Combustíveis como gasolina, etanol e óleo diesel também encareceram. No grupo Saúde e cuidados pessoais, o crescimento foi de 0,43%, puxado por planos de saúde (0,57%) e itens de higiene pessoal (0,51%).
No setor de Habitação, que havia tido forte alta de 4,44% em fevereiro, a variação em março foi bem mais modesta: 0,24%. A energia elétrica residencial desacelerou, saindo de 16,80% para 0,12%. Regionalmente, as capitais que mais sentiram os aumentos foram Curitiba e Porto Alegre.
Em Belo Horizonte, embora a inflação de março tenha ficado abaixo da média nacional (0,41%), o acumulado dos últimos 12 meses é o maior do Brasil, com 6,07%, frente aos 5,48% do índice geral.