Mais de 100 deputados da base de Lula assinam urgência da anistia
Apoio ao projeto que beneficia presos do 8 de janeiro inclui parlamentares de siglas com ministros no governo
Por Plox
11/04/2025 13h58 - Atualizado há 3 meses
O projeto de lei que busca conceder anistia aos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro ganhou impulso significativo com o apoio de parlamentares não apenas da oposição ao governo Lula (PT), mas também de dentro da própria base governista na Câmara dos Deputados.

Segundo levantamento recente, ao menos 115 deputados de partidos que fazem parte do núcleo de apoio ao governo assinaram o requerimento de urgência para o projeto. Nomes de siglas como MDB, União Brasil, PP, PSD e Republicanos figuram entre os que aderiram ao movimento. Todas essas legendas possuem atualmente representantes no ministério do presidente Lula.
A adesão de parlamentares da base governista causou desconforto no Palácio do Planalto, segundo apuração da colunista Bela Megale, do jornal O Globo. O episódio gerou uma movimentação interna e a possibilidade de uma reação política por parte do governo às legendas envolvidas está sendo considerada.
Na noite da última quinta-feira (10), o requerimento atingiu a marca de 258 assinaturas, superando em uma o número mínimo exigido para sua apresentação formal na Casa, que é de 257 apoios. Isso significa que o pedido pode agora ser protocolado no sistema da Câmara dos Deputados.
Contudo, para que o requerimento de urgência seja efetivamente aprovado e permita que o projeto vá direto ao Plenário, sem passar pelas comissões temáticas, ainda é necessário que a mesma quantidade mínima de parlamentares vote a favor. Essa votação, entretanto, não ocorre automaticamente: cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidir quando o requerimento será pautado.
Se aprovado, o novo status de urgência representará uma grande aceleração no trâmite do projeto, facilitando o avanço rumo à análise final e, possivelmente, à aprovação da anistia. A proposta, desde o início, tem provocado intensos debates e dividido o Congresso, ganhando contornos ainda mais complexos com o envolvimento de partidos aliados ao Executivo.