Mulheres são mantidas em cárcere e forçadas à prostituição em MG; cafetina é indiciada
Polícia aponta que acusada lucrava com exploração sexual e retinha parte dos valores recebidos pelas vítimas, que viviam presas em prostíbulo de luxo
Por Plox
11/04/2025 12h02 - Atualizado há 4 meses
A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou uma mulher de 55 anos após concluir que ela mantinha outras mulheres em cárcere privado, enquanto lucrava com a prostituição forçada delas em um prostíbulo de alto padrão, localizado no bairro Cidade Jardim, região Centro-Sul de Belo Horizonte.

De acordo com a delegada Larissa Mascotte, responsável pela investigação, as vítimas relataram que estavam presas na casa de prostituição há cerca de quatro meses. Nesse período, elas foram forçadas a trabalhar como garotas de programa, sem permissão para deixar o local. Os relatos apontam que a acusada controlava até mesmo o que elas comiam e vestiam.
Além disso, as investigações revelaram que a mulher retinha 60% dos valores recebidos pelas vítimas em seus atendimentos. Segundo a delegada, o lucro obtido vinha acompanhado de ameaças, violência e restrições à liberdade sexual. Havia ainda relatos de que a acusada permitia que clientes utilizassem força física durante os programas, o que também a caracteriza como autora do crime de rufianismo — exploração financeira da prostituição alheia.
No dia 13 de fevereiro, após prestar depoimento na Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher (Depam), a investigada foi presa em flagrante. Na ocasião, os policiais civis apreenderam documentos com nomes de diversas mulheres, recibos de pagamento com descrição de serviços, valores e durações, além do celular da suspeita, um aparelho de filmagem e quantia em dinheiro.
A investigação continuou na Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual (DECVS), onde outras vítimas e testemunhas foram ouvidas. Com a finalização do inquérito, o caso foi encaminhado à Justiça, que dará prosseguimento aos trâmites legais.