Se Lula não subsidiar transporte público, será um caos, afima prefeito de Belo Horizonte

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), solicitou nesta quinta-feira (11/5) apoio do governo federal para subsidiar o transporte público por ônibus na capital mineira. Segundo Noman, a inflação impulsionada pelos combustíveis e o aumento do salário mínimo elevaram os custos das concessionárias do setor, o que poderia levar a um aumento significativo no preço da passagem.

Em entrevista ao O TEMPO News, Fuad afirmou: "Se não houver uma participação efetiva do governo central na questão da complementação da passagem, nós não vamos conseguir, a não ser tendo que aumentar muito a passagem, o que seria um caos para a população de Belo Horizonte. O problema é grande, porque é de todas as grandes cidades".

Aumento da tarifa e busca por subsídios

O prefeito informou que o contrato atual exigiria um aumento para quase R$ 7 na tarifa. No entanto, ele mencionou que está discutindo com as empresas a planilha de custos para verificar a precisão dos cálculos. As concessionárias solicitam um subsídio de R$ 539 milhões para manter a tarifa em R$ 6, ou de R$ 740 milhões para retornar ao valor de R$ 4,50 cobrado no início do ano.

Fuad Noman explicou a situação: "É uma discussão séria. É uma complementação da passagem. Nós não temos condição, não temos orçamento para isso. Estamos raspando o tacho para ver o que podemos fazer. As empresas gostariam de uma complementação ainda maior. Fizemos uma planilha. Está sendo discutido justamente isso. Estamos pedindo os comprovantes dos gastos".

Busca por recursos e integração metropolitana

Na semana passada, o presidente da Câmara de BH, vereador Gabriel (sem partido), e integrantes da PBH se reuniram com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para obter recursos para custear o serviço no município. A proposta era acelerar a tramitação do Projeto de Lei 3278/2021, de autoria do ex-senador Antonio Anastasia, que pretende usar os recursos da Cide para financiar o transporte público por ônibus no Brasil. A União arrecada esse imposto junto à comercialização dos combustíveis.

Além disso, Fuad Noman mencionou na entrevista ao Café com Política uma possível coalizão com outras prefeituras da região metropolitana de Belo Horizonte, buscando melhorias no transporte público da área, como a criação de uma tarifa única ou um modelo de pagamento unificado. Apesar de reconhecer a importância da discussão, o prefeito a considerou secundária diante da atual situação financeira enfrentada pelo transporte público: "Nós temos que entender o momento que estamos vivendo. Nós hoje estamos na UTI. Essa é uma discussão a ser feita no quarto. Precisamos vencer essa etapa agora para abrir outras frentes de trabalho. Estamos fazendo, estamos conversando, estamos discutindo. Não é uma coisa fácil de fazer, é uma negociação complexa. Você acaba entrando em contato com empresas diferentes. É uma intenção nossa tentar buscar alternativas para melhorar a vida de todo mundo", afirmou.

Suspensão de contrato e novas licitações

Em reunião recente com o vereador Gabriel, Fuad Noman cogitou a suspensão do contrato atual com as empresas de ônibus, assinado em 2008 e válido até 2028. Foi discutida a possibilidade de uma portaria com a Procuradoria-Geral do Município para iniciar estudos visando a abertura de uma nova licitação, porém isso ainda não ocorreu.

Desafios e perspectivas

Diante das crescentes dificuldades enfrentadas pelo setor de transporte público em Belo Horizonte e em outras grandes cidades brasileiras, o pedido de apoio do prefeito Fuad Noman ao governo federal destaca a necessidade de soluções em nível nacional para garantir a continuidade e a qualidade do serviço. A busca por subsídios, a análise das planilhas de custos e a discussão sobre a integração metropolitana são questões cruciais a serem enfrentadas pelas autoridades e concessionárias envolvidas, visando sempre o bem-estar da população.