Cleitinho cogita abandonar política e desabafa sobre frustrações no Senado

Mesmo liderando pesquisas para o governo de Minas, senador diz que prefere não disputar novas eleições e critica falta de avanço em seus projetos

Por Plox

11/05/2025 12h06 - Atualizado há 1 dia

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) fez um discurso emocionado na tribuna do Senado nesta sexta-feira (9/5), revelando sua insatisfação com os rumos da política e cogitando não disputar mais nenhuma eleição. Embora seu nome apareça entre os mais bem colocados nas primeiras pesquisas para o governo de Minas Gerais em 2026, ele afirmou estar desmotivado e disposto a abrir mão de futuras candidaturas.


Imagem Foto:Roque de Sv°/Agencia Senado /


Durante a fala, o parlamentar mineiro disse que vai refletir profundamente sobre seu futuro, e que pretende \"fechar a porta do quarto e orar muito\" antes de tomar qualquer decisão. Segundo ele, se o cenário político continuar como está, a intenção é concluir seu mandato de senador, que vai até 2031, e se afastar da vida pública.


“Tem muita gente me colocando como candidato a governador liderando pesquisas em Minas Gerais. Eu vou estudar bem isso, conversar, fechar a porta do meu quarto e orar muito. A minha pretensão mesmo, se da forma em que está a política, é não disputar eleição nunca mais na minha vida. É manter o meu mandato aqui por mais seis anos e seguir a minha vida”, declarou.



Cleitinho apontou como um dos principais motivos para seu desânimo o fato de ter protocolado cerca de 300 projetos que, segundo ele, não têm andamento nas casas legislativas. Ele reclama da burocracia e dos frequentes adiamentos nos processos, e afirma estar sendo forçado a aceitar condutas que não condizem com seus princípios. “Estou aqui me matando, fazendo de tudo para tentar melhorar a vida das pessoas, e meus projetos não são aprovados. Quando chega em comissão, os caras têm coragem de pedir adiamento deles para 30, 60 dias. Então, como é que faz?”, desabafou.



O senador também criticou duramente o modelo atual de negociações políticas, afirmando que não consegue lidar com articulações que colocam interesses partidários acima do bem-estar da população. Ele mencionou o episódio envolvendo o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT-RJ), e elogiou os senadores do PDT - Weverton Rocha (MA), Ana Paula Lobato (MA) e Leila Barros (DF) - por permanecerem na base do governo mesmo após a saída do ministro.


“O que me envergonha na política é isso: você sentar com prefeito, governador, com o próprio Lula e negociar para ser base. Quando é a negociação para o povo ganhar? Me conta a hora que é. O Lupi errou, ele prevaricou, o governo fez certo, tinha que exonerar mesmo, mas como ele não está no governo, a bancada do PDT na Câmara deixou a base. Como eu vou lidar com isso sendo governador tendo que negociar esse tipo de situação?”, questionou.



O discurso do senador revela não apenas a possibilidade de uma mudança nos rumos da política mineira, mas também o desgaste emocional de parlamentares diante das dificuldades enfrentadas no exercício de seus mandatos.


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