Grávida aos 62 anos, mulher espera nascimento da filha após promessa religiosa
Moradora de Itapetininga, Carmelina Albino está no terceiro mês de gestação por fertilização in vitro e vive expectativa com a chegada de Miriã.
Por Plox
11/05/2025 13h22 - Atualizado há 1 dia
O Dia das Mães deste ano trouxe uma celebração ainda mais especial para Carmelina Alves Albino, moradora de Itapetininga, no interior de São Paulo. Aos 62 anos, ela está grávida do sexto filho, fruto de um procedimento de fertilização in vitro, após quase três décadas de tentativas frustradas.

A gestação, que se encontra no terceiro mês, é acompanhada de perto por médicos e pela emoção da família, que aguarda com ansiedade a chegada da menina, que se chamará Miriã. O nascimento está previsto para novembro, coincidindo com o mês em que Carmelina completa 63 anos.

Carmelina e seu marido, Jefferson Albino, vivem juntos há quase 30 anos. Eles são pais de cinco filhos com idades entre 22 e 42 anos e avós de nove netos, que variam de quatro a 19 anos. As tentativas anteriores de engravidar por meio da FIV, realizadas em 1998, 2016 e 2019, não tiveram sucesso. No entanto, tudo mudou após uma revelação feita durante um culto religioso.
“Foi uma promessa de Deus. Estávamos na igreja e o pastor foi usado por Deus para entregar a revelação que a Miriã estava chegando pra nós. A Carmelina nem estava grávida, mas foi algo bem marcante, bem concreto. A revelação foi de dois filhos, Miriã e Moisés. Creio que futuramente venha o menino”, relatou Jefferson emocionado.
Estamos super emocionados por ver que está dando tudo certo. Passamos por lutas, mas, graças a Deus, tudo isso é compensador, acrescentou ele.
Foto: : Reprodução
O responsável pelo acompanhamento da gestação é o médico Lister Salgueiro, especialista em reprodução humana com quase três décadas de experiência em Sorocaba. Ele explicou que o processo da FIV envolve o bloqueio do ciclo natural da mulher, seguido por estímulos hormonais controlados para a ovulação. Em seguida, óvulos e espermatozoides são coletados, fertilizados e os embriões mais saudáveis são transferidos para o útero.
Segundo o médico, Carmelina está entre as três mulheres com mais idade já atendidas pela clínica que conseguiram engravidar. Embora oficialmente o Brasil registre como mais velha uma gestante de 65 anos, a idade de Carmelina torna o caso especialmente raro.
Apesar da idade avançada, Carmelina apresenta um bom estado de saúde. “Ela parece pelo menos uns 10, 15 anos mais nova, tem uma boa estrutura”, contou Salgueiro, explicando que o tratamento teve início em 2019 e que o sucesso veio apenas na segunda tentativa de implantação dos embriões.
A gravidez exige cuidados extras devido à idade. O médico prescreveu um controle rigoroso dos sinais vitais, como peso, pressão arterial e níveis de glicemia, além de atenção à alimentação e visitas frequentes ao consultório. Entre os riscos mais comuns estão a diabetes gestacional e alterações genéticas, como a Síndrome de Down, cuja incidência é maior em óvulos próprios de mulheres mais velhas. No entanto, no caso de Carmelina, como o óvulo foi doado, esses riscos são significativamente menores.
Além disso, o Brasil não impõe um limite legal de idade para a FIV, desde que a mulher esteja em boas condições de saúde, sem doenças pré-existentes e com o útero em condições adequadas. Segundo Salgueiro, cerca de 60% das mulheres que buscam a clínica para o procedimento têm entre 40 e 43 anos. A gestação de Carmelina, portanto, se destaca por ser uma exceção e, ao mesmo tempo, uma história de fé e perseverança.