Lula acusa gestão anterior e afirma não ter pressa para apurar fraudes no INSS
Durante visita à Rússia, presidente responsabiliza governo Bolsonaro por esquema no INSS e diz que devolução dos valores dependerá de verificação
Por Plox
11/05/2025 06h25 - Atualizado há 1 dia
Durante o encerramento de sua visita oficial à Rússia neste sábado (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou sobre as fraudes identificadas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), envolvendo descontos não autorizados nos benefícios de aposentados e pensionistas.

Lula afirmou que as irregularidades são fruto de um esquema iniciado em 2019, ano em que o país era governado por Jair Bolsonaro (PL). O petista não mencionou nomes diretamente, mas insinuou responsabilidade da gestão anterior ao destacar que a quadrilha foi formada naquele ano, citando ainda o então ministro da Previdência e o chefe da Casa Civil. \"A gente poderia ter feito um show de pirotecnia, mas a gente não quer uma manchete de jornal\", disse Lula.
Ao ser questionado sobre a lentidão nas investigações, o presidente declarou que não tem pressa para finalizar a apuração, defendendo que o mais importante é apurar com precisão e divulgar a verdade à população brasileira. \"Eu não tenho pressa. O que eu quero é que a gente consiga apurar para contar ao povo brasileiro a verdade e somente a verdade\", reforçou.
Embora tenha atribuído o início do esquema ao governo anterior, Lula não comentou o aumento expressivo dos repasses a entidades suspeitas durante seu próprio mandato. Em 2022, último ano da gestão Bolsonaro, os valores chegaram a R$ 706 milhões. Já em 2024, sob a administração atual, os repasses subiram para R$ 2,8 bilhões. Além disso, o petista não citou tentativas da gestão anterior de criar mecanismos de controle, como a exigência de revisão dos descontos a cada dois anos e a obrigatoriedade de autorização por parte dos beneficiários.
Por fim, o presidente garantiu que os prejudicados pelas fraudes serão ressarcidos, desde que seja comprovada a cobrança indevida. A restituição dependerá de uma análise individual dos casos pelo INSS. \"Devolver ou não vai depender de constatar a quantidade de pessoas que foram enganadas. A quantidade de pessoas que teve o seu nome em uma lista sem que eles tivessem assinado. Porque aqueles que assinaram, autorizaram [o desconto]\", concluiu.