Viagem de Lula ao Japão teve mais de 220 pessoas e custou R$ 4,5 milhões
Comitiva presidencial que passou pelo Japão e Vietnã foi a maior do terceiro mandato de Lula; gastos e lista completa ainda não foram divulgados
Por Plox
11/05/2025 06h11 - Atualizado há 2 dias
No fim de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, embarcaram rumo ao Japão e ao Vietnã com uma comitiva oficial que reuniu ao menos 220 pessoas. A viagem, que se tornou a maior do terceiro mandato do presidente, teve um custo declarado de R$ 4,54 milhões, segundo levantamento feito pelo jornal Estadão. Apesar dos números expressivos, o valor final ainda não foi totalmente divulgado.

Entre os nomes confirmados na viagem estavam os ministros Carlos Fávaro, responsável pela pasta da Agricultura, Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Luciana Santos, da Ciência e Tecnologia. Também integraram o grupo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. A maior parte dos integrantes era ligada a órgãos da Presidência da República, como o Gabinete Pessoal, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Casa Civil e a Secretaria de Comunicação (Secom), totalizando pelo menos 72 pessoas desses setores.
Dados bancários registrados no sistema Siafi, plataforma de controle de pagamentos do governo federal, mostram que 112 pessoas compuseram o chamado “escalão avançado” da missão ao Japão e Vietnã. Contudo, o Painel de Viagens do Ministério do Planejamento e o Portal da Transparência ainda não disponibilizaram todas as informações detalhadas sobre a composição do grupo e os respectivos gastos.
Janja, por sua vez, teve gastos registrados no Painel de Viagens que somam R$ 60.210,58, referentes aos trechos entre Tóquio e Paris, onde participou de um evento sobre nutrição, e de Paris até Brasília, via São Paulo. Durante o voo de retorno, ela ocupou o assento 1L da classe Premium Business.
A Secretaria de Comunicação da Presidência se recusou a fornecer dados detalhados sobre a viagem. Segundo o órgão, a lista de autoridades foi publicada no Diário Oficial da União, mas as comitivas técnicas e de apoio possuem classificação de sigilo reservado, o que permite que fiquem fora do alcance público por até cinco anos.
“Segundo o órgão, a lista de integrantes da comitiva oficial – composta pelas autoridades – foi publicada no Diário Oficial da União. Já as listas de integrantes das comitivas técnicas e de apoio são ‘classificadas no grau de sigilo reservado’, ou seja, podem ser omitidos por até cinco anos”, diz a reportagem do Estadão.
A Secom também informou que as despesas com hospedagem de autoridades e membros de equipes de apoio em viagens ao exterior são arcadas com recursos do Itamaraty, conforme previsão orçamentária.
Até o momento, as críticas sobre a dimensão da comitiva e os custos da viagem continuam, especialmente diante da ausência de informações completas e da classificação de parte delas como sigilosas.