Oposição se posiciona sobre “gabinete da ousadia” do PT e pode convocar ministro da Secom

Os desdobramentos do caso podem levar a uma convocação formal do ministro interino da Secom para prestar esclarecimentos sobre o funcionamento e os objetivos do grupo.

Por Plox

11/06/2024 11h25 - Atualizado há 6 meses

Parlamentares da oposição manifestaram-se contra a existência do “gabinete da ousadia”, um grupo responsável por definir e amplificar temas nas redes sociais através de influenciadores governistas. A revelação, feita pelo jornal O Estado de São Paulo, levou os parlamentares a considerar a convocação do ministro interino da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Laércio Portela, para esclarecer a situação.

Kim Kataguiri, Damares Alves e Eduardo Girão Fotos: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados| Geraldo Magela |Pedro França/ Agência Senado

O “gabinete da ousadia” realiza reuniões diárias com a participação de assessores da Secom, do Partido dos Trabalhadores (PT) e de gabinetes de lideranças do partido na Câmara e no Senado. Entre os parlamentares que se pronunciaram, destaca-se o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que utilizou suas redes sociais para expressar sua intenção de convocar o ministro Portela. “Vamos convocar o ministro Laércio Portela, da Secom, para explicar na Câmara o gabinete do ódio petista. O Brasil precisa saber quem são os alvos dos petistas e quem são os influenciadores que participam do esquema,” afirmou Kataguiri.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) questionou a atuação da Polícia Federal em relação ao caso, indagando se o inquérito das fake news incluirá a investigação do “gabinete da ousadia” e a agência Mynd8. “Será que a PF pediu a prorrogação dos inquéritos de fake news e milícias digitais para investigar Mynd8 e esse gabinete da ousadia? Será? Comentem,” publicou Damares em suas redes sociais.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou a imprensa pela forma como se referiu ao grupo, chamando a mudança de nome de “gabinete do ódio” para “gabinete da ousadia” de um “malabarismo” linguístico. “O MALABARISMO DA MÍDIA QUANDO É O PT: Gabinete do ódio vira ‘gabinete da ousadia’. Ditadura vira ‘democracia relativa’. Orçamento secreto vira ‘emendas de ralador’ ou ‘de comissão’. Acabar vira ‘descontinuar’ (programa Escola Cívico-Militar)… Parem com essa hipocrisia! Já deu! Paz & Bem,” criticou Girão.

Outro parlamentar que se manifestou foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que apontou uma transformação dos termos e práticas políticas ao longo do tempo, destacando o uso do termo “gabinete da ousadia” como um eufemismo para o “gabinete do ódio”.

Os desdobramentos do caso podem levar a uma convocação formal do ministro interino da Secom para prestar esclarecimentos sobre o funcionamento e os objetivos do grupo.

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