Polícia investiga farmacêutica após morte de empresário
O delegado Eduardo Luiz Ferreira, do 27° DP de Campo Belo, destacou a importância da colaboração entre as polícias
Por Plox
11/06/2024 09h03 - Atualizado há 6 meses
A Polícia Civil de São Paulo enviará trechos do inquérito sobre a morte do empresário Henrique da Silva Chagas, 27 anos, para a Polícia Civil do Paraná. A medida visa investigar a conduta da farmacêutica Daniele Stuart, proprietária da clínica Neo Stuart, que ministrou o curso online de peeling de fenol para a influenciadora Natalia Fabiana de Freitas, conhecida como Natalia "Becker".
Henrique Chagas morreu em 3 de junho após ser submetido a um procedimento de peeling de fenol realizado por Natalia. A influenciadora, de 29 anos, é investigada por homicídio com dolo eventual, sob a acusação de ter assumido o risco ao realizar o procedimento sem formação técnica adequada. Em depoimento, Natalia relatou ter adquirido o curso online em junho do ano passado, através de uma apostila chamada "N. Face", produzida por Stuart.
O delegado Eduardo Luiz Ferreira, do 27° DP de Campo Belo, destacou a importância da colaboração entre as polícias. "Enviaremos as peças do nosso inquérito policial para Polícia Civil paranaense investigar a conduta da farmacêutica no que se refere aos cursos que ela ministra pela plataforma online", disse Ferreira.
A defesa de Daniele Stuart, representada pelo advogado Jeffrey Chiquini, refutou as acusações, alegando que a farmacêutica não tem controle sobre quem acessa os cursos online e que não teve contato direto com Natalia. "Doutora Daniele é uma profissional respeitada, especialista na área, gabaritada, que forneceu um curso de acesso livre conceitual que já foi acessado por mais de 3 mil alunos sem haver qualquer reclamação", afirmou Chiquini.
O advogado destacou ainda que Stuart não ensinou procedimentos invasivos e que as ações de Natalia não condizem com as instruções do curso. Segundo a influenciadora, o curso indicava o uso de "fenol tamponado" e fornecia contatos de fornecedores do produto.
Durante o interrogatório, que durou cerca de duas horas, Natalia revelou que sua clínica não possuía ambiente hospitalar nem equipamentos de primeiros socorros, apenas um medidor de pressão e um oxímetro, que estava sem pilha no momento do procedimento.