Hugo Motta contesta pacote fiscal de Haddad e alerta para reação negativa

Presidente da Câmara afirma que proposta de taxar investimentos sem corte de gastos não terá apoio no Congresso

Por Plox

11/06/2025 10h28 - Atualizado há 7 dias

Durante um encontro com empresários realizado nesta quarta-feira (11/6) em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), expressou preocupação com o novo pacote fiscal formulado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A proposta em discussão prevê a taxação de aplicações financeiras que até então eram isentas, como forma de equilibrar a arrecadação frente à possível não elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).


Imagem Foto: Câmara dos Deputados


Motta afirmou que qualquer tentativa de aumentar tributos sem que o governo demonstre compromisso com a redução de gastos públicos será rechaçada tanto pelo setor produtivo quanto pelos parlamentares.
“Apresentar ao setor produtivo qualquer solução que venha trazer aumento de impostos sem o governo apresentar o mínimo de dever de casa do ponto de vista do corte de gastos não será bem aceito pelo setor produtivo nem pelo Congresso”

, declarou o deputado para um público composto por lideranças empresariais.


De maneira enfática, Motta reiterou sua posição de independência em relação ao governo federal e descartou que seu papel na presidência da Câmara esteja vinculado a interesses eleitorais. \"Não estou à frente da Presidência da Câmara para servir o projeto eleitoral de ninguém\", completou, sinalizando resistência à estratégia do Executivo de tentar recompor receitas sem enfrentar a estrutura de despesas.



O pacote de medidas em negociação por Haddad surge como resposta à necessidade de revisar a calibragem do IOF, uma demanda que tem mobilizado discussões no núcleo político do governo. Entre os pontos debatidos está a inclusão do Juros sobre Capital Próprio (JCP) como forma de reequilibrar as contas públicas, o que já gerou reações tanto da oposição quanto de aliados do Planalto.


A movimentação do governo e a resposta do Legislativo indicam que as negociações em torno da proposta fiscal ainda enfrentarão forte resistência nos próximos dias.


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