União Brasil e PP rejeitam aumento de impostos proposto por Lula
Partidos com ministérios no governo se unem contra plano de arrecadação via nova MP
Por Plox
11/06/2025 22h48 - Atualizado há 1 dia
Em meio aos debates que antecedem o envio de uma nova Medida Provisória pelo governo federal, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) anunciaram nesta terça-feira (11) que irão se posicionar firmemente contra qualquer proposta que envolva o aumento de impostos como substituição ao decreto que trata do reajuste do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A decisão ganha ainda mais peso por partir de legendas que atualmente ocupam ministérios na administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que acende um alerta na base governista dentro do Congresso Nacional. Mesmo sem a MP oficializada, a iniciativa do Palácio do Planalto já enfrenta resistência significativa entre parlamentares.
O presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, foi enfático ao dizer que a legenda não aceitará aumento de impostos sem medidas de corte nas despesas públicas.
“Ninguém ganha com um governo pesado (…) Taxar, taxar e taxar não será a saída. É preciso cortar despesas. Nossa arrecadação supera a média do G7; se o governo não assumir sua parte e apresentar propostas de enxugar a máquina, não vamos aceitar aumento de impostos”
, declarou. Rueda também informou que o partido reunirá suas bancadas na Câmara e no Senado para fechar questão sobre o tema.
O posicionamento do União Brasil foi reforçado pelo senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP. Ele destacou que o movimento não deve ser encarado como oposição direta ao governo, mas sim como um gesto em defesa dos interesses da população.
“Não é um anúncio contra o governo, mas a favor da sociedade brasileira. Não nos furtaremos de sentar com o governo, acho o ministro Haddad uma pessoa muito bem-intencionada. Falta ao governo transparência, previsibilidade e competência para gerir neste momento em que o país se encontra. O que está acontecendo hoje, vamos traçar um limite de quem é contra ou a favor de aumentar impostos”
, disse o senador.
O Ministério da Fazenda, sob comando de Fernando Haddad, ainda não divulgou os detalhes da proposta que substituirá o decreto sobre o IOF, mas o clima no Legislativo sinaliza que qualquer plano que envolva acréscimo na carga tributária encontrará um caminho turbulento.
A crise de confiança entre partidos aliados e o Executivo federal marca mais um capítulo nas tensões internas da base, e expõe as dificuldades do governo em promover medidas de arrecadação sem provocar reações contrárias até mesmo entre seus próprios aliados.