Entenda o golpe do Pix errado e saiba como não ser enganado

O prejuízo ocorre quando a vítima, convencida de que está apenas devolvendo um dinheiro enviado por engano, realiza um Pix para a conta indicada pelo golpista

Por Plox

11/07/2024 17h30 - Atualizado há 3 meses

À medida que o Pix se consolida como um dos principais métodos de pagamento e transferência de dinheiro no Brasil, a incidência de golpes relacionados ao sistema também cresce. Um dos esquemas que têm se tornado comum nas redes sociais é o golpe do Pix errado, onde criminosos se aproveitam de transferências supostamente feitas por engano para enganar suas vítimas.

 

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Como Funciona o Golpe do Pix Errado

O golpe do Pix errado começa quando os fraudadores realizam uma transferência para a conta da vítima. Utilizando chaves Pix, muitas vezes vinculadas a números de telefone, os criminosos fazem uma transferência e, em seguida, entram em contato com a vítima, seja por ligação ou mensagem de WhatsApp. Alegando um erro, o golpista pede que o valor seja devolvido, mas para uma conta diferente daquela que originou a transferência.

“Estava precisando receber um dinheiro para pagar o aluguel, mas o rapaz mandou no número errado. Você pode transferir aqui para mim”, relata um usuário do X (antigo Twitter), cuja mãe teve R$ 600 depositados na conta bancária.

Estorno e Prejuízo para a Vítima

O prejuízo ocorre quando a vítima, convencida de que está apenas devolvendo um dinheiro enviado por engano, realiza um Pix para a conta indicada pelo golpista. Paralelamente, o criminoso aciona o Mecanismo Especial de Devolução (Med), alegando que foi enganado pela vítima, que na verdade é quem está sendo fraudada.

Este mecanismo, criado para combater fraudes, permite que os bancos revertam a transação. Quando os bancos analisam a situação e percebem que a vítima transferiu o valor recebido para uma terceira conta, entendem isso como uma triangulação típica de golpe, retirando o dinheiro da vítima para devolvê-lo ao golpista.

Botão “devolver”: A Solução Segura

Para evitar cair nesse golpe, o Banco Central orienta o uso do botão “devolver” disponível nos aplicativos bancários. Essa função permite estornar o valor diretamente para a conta que originou o Pix inicial, sem a necessidade de realizar uma nova transferência, eliminando o risco de fraude.

“Não há normas do BC ou do CMN [Conselho Monetário Nacional] sobre devoluções em caso de engano ou erro do pagador, mas o Código Penal, de 1940, trata sobre a apropriação indébita”, explica o Banco Central. Portanto, utilizar a função “devolver” é o método seguro recomendado.

Melhorias no Mecanismo de Devolução

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) sugeriu ao Banco Central uma melhoria no Mecanismo Especial de Devolução (Med). Atualmente, o sistema consegue bloquear o dinheiro fraudado apenas na conta que recebeu o recurso. Com o Med 2.0, previsto para ser implementado em 2026, o rastreamento e bloqueio poderão atingir várias camadas de contas, dificultando a dispersão rápida do dinheiro por criminosos.

“Já observamos que os criminosos espalham o dinheiro proveniente de golpes e crimes em várias contas de forma muito rápida e, por isso, é importante aprimorar o sistema para que ele atinja mais camadas”, afirmou Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.

Conclusão

Com a crescente popularidade do Pix, é crucial estar atento às possíveis fraudes. Utilizar o botão “devolver” nos aplicativos bancários é uma maneira segura de evitar golpes. Além disso, a atualização do Med promete aumentar a segurança das transações, protegendo ainda mais os usuários.

 

 

 

 

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