PF diz que Abin atuou ilegalmente em favor de filhos de Bolsonaro

No caso de Flávio Bolsonaro, ações clandestinas de monitoramento foram realizadas contra três auditores da Receita Federal responsáveis pela investigação sobre "rachadinha" no gabinete de Flávio durante seu mandato como deputado estadual

Por Plox

11/07/2024 15h47 - Atualizado há 3 meses

A Polícia Federal (PF) revelou que a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizada durante o governo de Jair Bolsonaro para beneficiar dois filhos do ex-presidente. Segundo o relatório da investigação denominada Abin Paralela, divulgado nesta quinta-feira (11) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a retirada do sigilo do inquérito, agentes envolvidos no monitoramento ilegal buscaram informações sobre investigações relacionadas a Jair Renan e ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Brasília 02/03/2023 - Fachada do prédio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transferiu a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a Casa Civil, pasta chefiada pelo ministro Rui Costa. O decreto com a mudança foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (2).
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Espionagem de ex-sócio e auditores da receita federal

Conforme a PF, um policial federal que atuava na Abin foi designado para espionar Allan Lucena, ex-sócio de Jair Renan em uma empresa de eventos. Jair Renan é acusado pelo Ministério Público de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

No caso de Flávio Bolsonaro, ações clandestinas de monitoramento foram realizadas contra três auditores da Receita Federal responsáveis pela investigação sobre "rachadinha" no gabinete de Flávio durante seu mandato como deputado estadual. Investigadores afirmam que a busca por informações sobre os auditores foi determinada pelo deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), então diretor da Abin.

Defesa e reação de flávio bolsonaro

Em suas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro comentou que a divulgação do relatório foi realizada para prejudicar a candidatura de Alexandre Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro.

"Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura de Delgado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro", afirmou Flávio Bolsonaro.

 

 

 

 

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