Bolsonaro reage a tarifaço de Trump e critica rumos do Brasil
Ex-presidente diz que ação dos EUA é reflexo do afastamento do país de seus compromissos históricos com a liberdade
Por Plox
11/07/2025 08h13 - Atualizado há cerca de 16 horas
Na tarde desta quinta-feira (10), Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, usou as redes sociais para se posicionar sobre a decisão do governo norte-americano de impor novas tarifas ao Brasil. Em sua publicação, Bolsonaro expressou 'respeito e admiração' pelos Estados Unidos e comentou a medida com um tom de cautela, dizendo recebê-la com 'senso de responsabilidade'.

A nova política tarifária foi anunciada por Donald Trump, atual presidente dos EUA, e provocou movimentações no cenário político brasileiro. Para Bolsonaro, a ação norte-americana representa uma reação direta ao que ele chamou de “afastamento do Brasil de seus compromissos com a liberdade, o Estado de Direito e os valores que sempre sustentaram a relação com o mundo livre”. Segundo o ex-presidente, medidas desse tipo não teriam ocorrido durante sua gestão.
Apesar de não mencionar diretamente nomes, Bolsonaro fez críticas veladas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), como de costume em suas declarações públicas. Ele também comentou a carta enviada por Trump a Lula, em que o julgamento de Bolsonaro no STF foi citado.
'O Brasil caminha rapidamente para o isolamento e a vergonha internacional. A escalada de abusos, censura e perseguição política precisam parar. O alerta foi dado, e não há mais espaço para omissões', publicou Bolsonaro.
Além disso, o ex-presidente pediu que os poderes instituídos do país ajam com urgência para restabelecer a normalidade institucional. Segundo ele, os sinais vindos dos Estados Unidos devem ser compreendidos como um aviso claro.
O contexto da fala de Bolsonaro se soma a uma série de reações à nova medida norte-americana, que estabelece tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. Em resposta, o presidente Lula já indicou a possibilidade de aplicar medidas de reciprocidade, enquanto o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a regulamentação da Lei da Reciprocidade deve ser feita nos próximos dias. Um grupo de trabalho será formado pelo governo federal para definir os próximos passos da reação brasileira.