Inflação de junho atinge maior marca desde 2022

O mês de junho trouxe um novo sinal de pressão sobre os preços no Brasil, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançando 0,24%, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira (10). Esse desempenho representa o maior aumento para o mês desde 2022, quando o índice teve alta de 0,67%. Em comparação com junho do ano passado, quando o IPCA ficou em 0,21%, o avanço atual também é mais expressivo.

Foto: Agência Brasil

Essa elevação no índice oficial de inflação fez com que a taxa acumulada em 12 meses ganhasse novo fôlego, passando de 5,32% em maio para 5,35% em junho. Já o acumulado no ano chega a 2,99%, indicando uma trajetória de crescimento mais consistente nos preços ao longo de 2025.

Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, sete apresentaram alta de preços. O maior impacto positivo veio do grupo habitação, que subiu 0,99% e respondeu por 0,15 ponto percentual da taxa do mês. O setor de transportes também teve peso relevante, com alta de 0,27% e contribuição de 0,05 ponto. Vestuário teve crescimento de 0,75% (impacto de 0,04 ponto), seguido por despesas pessoais (0,23%, impacto de 0,02 ponto), comunicação (0,11%, impacto de 0,01 ponto), saúde e cuidados pessoais (0,07%, impacto de 0,01 ponto) e artigos de residência (0,08%, impacto de 0,00 ponto).

Por outro lado, os preços de alimentação e bebidas apresentaram recuo de 0,18%, o que ajudou a conter parcialmente o avanço geral da inflação, com impacto negativo de -0,04 ponto percentual. Já o setor de educação permaneceu estável e não teve influência sobre o resultado total do índice.

A análise regional revelou que 15 das 16 localidades avaliadas pelo IBGE registraram aumento de preços em junho. O maior índice foi observado em Rio Branco (AC), com alta de 0,64%. Em contraste, Campo Grande (MS) foi a única cidade com variação negativa, registrando queda de 0,08% nos preços.

A taxa acumulada em 12 meses voltou a acelerar, passando de 5,32% em maio para 5,35% em junho

Os dados refletem o cenário de retomada da inflação em ritmo mais intenso e reforçam a necessidade de acompanhamento atento dos indicadores econômicos nos próximos meses.