Janja inicia série de encontros com mulheres evangélicas pelo Brasil
Primeira-dama esteve no Rio em evento piloto com cerca de 100 participantes e planeja agendas em outros estados
Por Plox
11/07/2025 08h52 - Atualizado há cerca de 14 horas
Na última sexta-feira, 5 de julho, a primeira-dama Janja da Silva deu o pontapé inicial em uma série de encontros com mulheres evangélicas, tendo como palco a Igreja Batista de São Cristóvão, localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro. A iniciativa marca um esforço do governo em estabelecer conexões mais próximas com um dos grupos que mais expressam resistência à atual gestão federal.

A reunião, considerada um projeto piloto, contou com a presença de aproximadamente 100 mulheres vindas tanto da Região Metropolitana quanto de áreas do interior fluminense. Janja estava acompanhada da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O objetivo central era criar um espaço de escuta e troca de experiências, promovendo um diálogo aberto com as participantes.
Organizado a partir de um pedido da própria primeira-dama, o evento teve o apoio da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, que também esteve representada por sua coordenadora, Nilza Valéria Zacharias. Segundo ela,
“Foi um diálogo necessário, desarmado e respeitoso”
.
Janja demonstrou forte envolvimento emocional durante a atividade, como relatou a ministra Anielle Franco. De acordo com ela, a primeira-dama chegou a se emocionar em alguns momentos do encontro. A proposta agora é replicar a iniciativa em outras regiões do Brasil.
Estados como Minas Gerais, Pernambuco e um da região Norte já estão na rota dos próximos encontros, que terão como foco mulheres que atuam em comunidades e periferias, especialmente aquelas engajadas no combate à fome, uma das pautas prioritárias defendidas por Janja dentro do governo.
O movimento de aproximação ocorre em um cenário de forte rejeição do público evangélico ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo pesquisa realizada pelo instituto Datafolha em junho, 61% dos evangélicos desaprovam o atual governo, enquanto apenas 25% rejeitam o ex-presidente Jair Bolsonaro, que conta com apoio de líderes religiosos como Edir Macedo e Silas Malafaia.
Mesmo com as críticas à sua imagem, Janja tem tido liberdade para desenvolver suas próprias agendas e vem sendo vista dentro do governo como um canal potencial de conexão com o eleitorado evangélico. Paralelamente, o governo também articula uma nova agenda de encontros entre ministros e pastores, com coordenação da ministra Gleisi Hoffmann, em uma tentativa mais ampla de estabelecer pontes com este segmento da população.