Lula ameaça retaliar EUA caso tarifas de 50% não sejam revistas
Presidente afirma que, se negociação com Trump não avançar, Brasil aplicará reciprocidade comercial
Por Plox
11/07/2025 15h48 - Atualizado há cerca de 6 horas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (11) que o Brasil poderá adotar medidas de retaliação contra os Estados Unidos, caso falhem as tentativas de negociação para suspender a taxação de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelo governo americano.

Durante seu pronunciamento, Lula destacou que buscará alternativas por meio de canais diplomáticos e instituições internacionais. Ele mencionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o bloco dos Brics como caminhos para tentar reverter a decisão americana. Segundo o presidente, sua prioridade é evitar a taxação, mas, caso não haja avanços, não hesitará em agir de forma recíproca.
“Respeito muito a relação que o Brasil tem com os EUA, tanto no aspecto político quanto no comercial. Mas, se não tiver jeito no papo, no tete-a-tete, nós vamos estabelecer a reciprocidade. Taxou aqui, a gente taxa lá. Não tem outra coisa a fazer”, declarou Lula.
A possível resposta do Brasil poderá se basear na Lei de Reciprocidade Econômica, instrumento legal que autoriza o governo a aplicar contramedidas comerciais diante de barreiras impostas por outros países. O presidente voltou a mencionar essa alternativa nos últimos dias como uma possível reação ao chamado \"tarifaço\" norte-americano.
Além das medidas comerciais, Lula também fez críticas à forma como o presidente Donald Trump comunicou a decisão. O anúncio foi feito, segundo ele, por meio de uma carta divulgada nas redes sociais, sem qualquer formalidade diplomática.
“Eu assino muitas cartas para presidentes. Ele nem uma carta fez. Fez um negócio no site dele. Sentou no sofá, papapá. ‘Ô Lula, vou taxar se você não soltar o Bolsonaro, eu vou taxar’. Essas pessoas não sabem o que é o respeito que temos pelo nosso país”, criticou o presidente.
Apesar das tensões, Lula ressaltou que distingue o comportamento do povo americano da conduta do governo de Trump, reforçando que não pretende generalizar a postura dos Estados Unidos com base em decisões unilaterais do presidente republicano.