Lula critica tarifas de Trump e acena com OMC

Presidente afirma que não tomará medidas precipitadas e pretende discutir com a Organização Mundial do Comércio

Por Plox

11/07/2025 08h18 - Atualizado há cerca de 14 horas

Durante uma entrevista ao Jornal Nacional, exibido nesta quinta-feira (10/7) pela TV Globo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou as recentes medidas tomadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, contra produtos brasileiros.


Imagem Foto: Agência Brasil


Trump anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre itens importados do Brasil, o que gerou reação imediata em diversos setores políticos e econômicos. Lula, ao ser questionado, afirmou que não pretende agir de forma impulsiva.
\"Não tomo decisão com 39°C de febre\"

, declarou o presidente, ao comentar a possibilidade de uma resposta direta às taxações impostas por Washington.


Ele também afirmou que a situação será debatida no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para Lula, Trump “deve estar muito mal informado” ao alegar que os Estados Unidos estariam sendo prejudicados economicamente pelas relações com o Brasil. O líder brasileiro defendeu que as decisões precisam de equilíbrio e análise técnica, e não de atitudes precipitadas motivadas por interesses políticos momentâneos.



Paralelamente à fala de Lula, o Congresso Nacional também se posicionou oficialmente sobre o assunto. Em nota conjunta divulgada na manhã do mesmo dia, os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), defenderam que a reação brasileira deve priorizar o diálogo diplomático e comercial. Contudo, destacaram que o país possui mecanismos legais para proteger sua economia.


A declaração faz referência direta à Lei da Reciprocidade Econômica, recentemente aprovada pelo Parlamento. A legislação permite que o Brasil adote medidas semelhantes àquelas impostas por outros países, caso existam barreiras unilaterais ao comércio nacional. \"O Congresso Nacional acompanhará de perto os desdobramentos\", afirmaram os parlamentares.



O episódio reacende o debate sobre os rumos da política externa brasileira e a forma como o país deverá se posicionar frente a decisões unilaterais tomadas por outras nações, especialmente em um contexto global cada vez mais tensionado politicamente.


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