PT intensifica ofensiva e protocola novo pedido de cassação contra Eduardo Bolsonaro
Deputado é acusado de agir contra os interesses do Brasil após taxação anunciada por Trump
Por Plox
11/07/2025 10h33 - Atualizado há cerca de 10 horas
Em mais um movimento contundente, o Partido dos Trabalhadores protocolou nesta quinta-feira (10) uma nova representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, solicitando a cassação do mandato do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O partido o acusa de agir reiteradamente no exterior contra os interesses do Brasil.

A iniciativa, liderada pelo senador Humberto Costa (PE), presidente em exercício da legenda, e por Lindbergh Farias (RJ), líder do partido na Câmara, reforça um documento anterior apresentado em fevereiro deste ano. Segundo a nova petição, as recentes sanções econômicas impostas ao Brasil pelo presidente norte-americano Donald Trump teriam ligação com a atuação de Eduardo nos Estados Unidos.
O republicano anunciou nesta quarta-feira (9) uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros. Logo após o anúncio, Eduardo Bolsonaro, que está temporariamente vivendo nos EUA, divulgou uma nota pública intitulada “Uma hora a conta chega”. No texto, ele pressiona o Congresso brasileiro a pautar uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e pede que as autoridades “evitem escalar o conflito e adotem uma saída institucional que restaure as liberdades”.
O PT sustenta que o deputado licenciado atua contra os próprios cidadãos brasileiros ao apoiar medidas que penalizam economicamente o país.
“Em vez de defender o Brasil, Eduardo Bolsonaro busca sanções contra brasileiros. Em vez de representar o povo, representa sua família”
, diz um trecho da representação. Ainda segundo o partido, manter Eduardo nas funções parlamentares, mesmo com licença, seria endossar o uso da representação política para objetivos particulares.
A decisão sobre o encaminhamento da representação ainda depende da Mesa Diretora da Câmara, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB). Nesta mesma quinta-feira, Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), divulgaram uma nota conjunta. Eles afirmam que a resposta à medida norte-americana deve ocorrer por meio do diálogo diplomático e comercial, amparados pela nova lei de reciprocidade econômica aprovada pelo Congresso Nacional.
O impasse marca mais um capítulo do crescente embate entre o PT e o grupo político de Jair Bolsonaro, colocando Eduardo no centro das tensões que envolvem relações internacionais e interesses internos do Brasil.