Tragédia em Gaza: quase 800 morrem tentando conseguir ajuda

ONU denuncia que maioria das mortes ocorreu perto de centros da Fundação Humanitária apoiada por EUA e Israel

Por Plox

11/07/2025 15h15 - Atualizado há cerca de 6 horas

Desde 27 de maio, um número alarmante de mortes foi registrado na Faixa de Gaza. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, 798 pessoas morreram enquanto tentavam obter ajuda humanitária no território palestino.


Imagem Foto: Reprodução de vídeo


Desse total, 615 vítimas perderam a vida nas proximidades dos centros de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), uma organização que conta com o apoio dos governos de Estados Unidos e Israel. A fundação iniciou suas operações de entrega de alimentos em 26 de maio, após um bloqueio imposto por Israel que impediu a entrada de qualquer tipo de assistência por mais de dois meses, agravando a situação de fome entre a população.



Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU, afirmou que a maioria das mortes foi provocada por disparos de armas de fogo. “Estamos falando de quase 800 pessoas que morreram enquanto tentavam obter ajuda”, disse ela em coletiva realizada em Genebra.


As ações da GHF têm gerado polêmica entre as entidades internacionais. A ONU, assim como outras grandes organizações humanitárias, optou por não colaborar com a fundação. O motivo alegado é que a GHF serviria a interesses militares israelenses e violaria princípios fundamentais da ajuda humanitária.



Além disso, os centros da GHF foram palco de cenas caóticas. O Exército de Israel chegou a abrir fogo diversas vezes, tentando controlar o fluxo de palestinos que, desesperados, buscavam acesso aos alimentos. A fundação, por sua vez, alega que seus quatro locais de distribuição não foram palco direto dos confrontos, e que conta com equipes armadas para garantir a segurança nas áreas de atendimento.


A situação evidencia o agravamento da crise humanitária em Gaza, onde, mesmo diante de alertas sobre o risco de fome, a ajuda internacional segue limitada e marcada por conflitos.


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