Gasolina influencia alta no IPCA de julho, enquanto alimentos trazem alívio

O IPCA, considerado a inflação oficial do Brasil, apurado pelo IBGE, registrou uma variação positiva de 0,12% em julho. Esta taxa é superior em 0,20 p.p. quando comparada ao mês anterior, que havia registrado uma deflação de -0,08%. Analisando o panorama mais amplo, observa-se que, ao longo de 2023, o IPCA já acumula uma alta de 2,99%. Nos últimos 12 meses, esse índice alcançou 3,99%, mostrando um crescimento em relação aos 3,16% observados nos 12 meses anteriores. Já em julho de 2022, a taxa foi de -0,68%.

2. Influência da Gasolina Em julho, o principal fator que influenciou a alta inflacionária foi o preço da gasolina, que registrou um aumento médio de 4,75% em todo o território nacional. Esse crescimento contrariou as previsões de mercado que apostavam em deflação, assim como ocorreu em junho.

3. Grupos de produtos: altas e quedas Dos nove agrupamentos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram alta em julho. O grupo de transportes destacou-se com a maior variação, 1,50%, sendo fortemente influenciado pelo aumento no valor da gasolina. Outros itens como o gás veicular (3,84%), etanol (1,57%) e passagem aérea (4,97%) também apresentaram altas. Entretanto, no setor de transportes, também houve reduções notáveis, como a do óleo diesel, que caiu 1,37%, e a tarifa de ônibus urbano em Belo Horizonte, que diminuiu 25,00%.

Por outro lado, houve decréscimo em grupos como habitação, com queda de 1,01%, e alimentação e bebidas, que apresentou recuo de 0,46%. No setor de alimentação, alguns produtos registraram baixas expressivas, como o feijão-carioca (-9,24%) e o óleo de soja (-4,77%).

4. Energia elétrica e habitação No grupo habitação, a maior queda partiu da energia elétrica residencial, que apresentou decréscimo de 3,89%, influenciada pelo Bônus de Itaipu aplicado em julho. Reajustes em áreas específicas também influenciaram o índice.

5. Panorama Regional A nível regional, 13 das 16 áreas pesquisadas registraram alta no mês de julho. Porto Alegre teve a maior variação, 0,53%, influenciada principalmente pelo aumento no preço da gasolina, que chegou a 6,98%. Já Belo Horizonte teve a menor variação, -0,16%, afetada pelas reduções de 17,50% em ônibus urbano e de 4,30% na energia elétrica residencial.