Resgate finaliza e foco se volta para investigação da queda de avião da Voepass em São Paulo
A queda do avião, que transportava 58 passageiros e 4 tripulantes em um voo de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP), causou a morte de todos a bordo
Por Plox
11/08/2024 11h03 - Atualizado há 5 meses
O trágico acidente aéreo com a aeronave da Voepass, que caiu na tarde de sexta-feira (9) na cidade de Vinhedo, interior de São Paulo, resultando na morte de 62 pessoas, trouxe à tona agora o desafio da identificação das vítimas e a investigação das causas da queda.
Número de vítimas e operação de resgate
A queda do avião, que transportava 58 passageiros e 4 tripulantes em um voo de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP), causou a morte de todos a bordo. Inicialmente, foi reportado que 61 pessoas teriam falecido, mas esse número foi corrigido pela companhia aérea para 62 no sábado (10). O resgate dos corpos, que incluiu 34 homens e 28 mulheres, foi finalizado pouco antes das 19h de sábado. Todos os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo para identificação e posterior liberação às famílias.
Acessibilidade do local e investigações preliminares
A queda em uma área de fácil acesso facilitou tanto a retirada rápida dos corpos quanto o início das investigações. A Força Aérea Brasileira (FAB) estima que o relatório preliminar da investigação estará pronto em 30 dias.
Análise dos gravadores de voo
Dois gravadores de voo, conhecidos como caixas-pretas, foram recuperados e transferidos para o Labdata (Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Voo) do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Esses dispositivos são cruciais para a investigação: o CVR (Cockpit Voice Recorder) captura as conversas na cabine, enquanto o FDR (Flight Data Recorder) registra dados técnicos do voo, como altitude e velocidade. Segundo o brigadeiro do ar Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, a análise começará pelo CVR e prosseguirá com o FDR.
Dinâmica da queda e depoimentos
Imagens capturadas por moradores de Vinhedo revelam que a aeronave caiu quase verticalmente, sem deslocamento horizontal significativo, apesar dos sons dos motores indicarem que ainda estavam funcionando. O capitão Michael Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, afirmou que "os corpos estão como se estivessem sentados em seus respectivos assentos", destacando que o impacto manteve as vítimas relativamente próximas aos seus lugares originais.
Métodos de identificação e apoio às famílias
Três métodos não invasivos estão sendo utilizados para identificar os corpos: impressão digital, arcada dentária e exame de DNA. A impressão digital é o método mais rápido, especialmente nos corpos encontrados na parte frontal da aeronave, menos destruída. Carlos Palhares, diretor do Instituto Nacional de Criminalística, informou que "praticamente todos os corpos retirados até agora são passíveis de análises com impressão digital". Contudo, a identificação dos corpos mais danificados ainda é incerta.
Assistência às famílias
As famílias das vítimas estão recebendo suporte jurídico e psicológico. Desde sábado, passaram por processos de coleta de material genético e entrevistas detalhadas, que podem durar mais de uma hora. Elas estão sendo alojadas em hotéis na capital paulista e concentradas no auditório do Instituto Oscar Freire, próximo ao IML, onde acompanham o andamento dos trabalhos de identificação.
Investigação criminal
Além das investigações aeronáuticas, dois inquéritos policiais foram abertos, um conduzido pela Polícia Civil de Vinhedo e outro pela Polícia Federal. Os peritos buscam entender a dinâmica da queda e verificar se houve negligência, imprudência ou imperícia. Rodrigo Sanfurgo, superintendente da Polícia Federal em São Paulo, mencionou que nos últimos dois dias os peritos reuniram elementos no local do acidente para auxiliar na investigação.