Anielle Franco é indicada para conselho da Alelo com remuneração adicional

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi indicada pelo Banco do Brasil para integrar o Conselho de Administração da Alelo, empresa que tem o Bradesco como sócio. A função é remunerada e, além do vencimento de R$ 46,3 mil como ministra, ela passará a receber entre R$ 10 mil e R$ 15 mil mensais pelo novo posto.

O caso foi analisado pela Comissão de Ética Pública, que concluiu não haver conflito de interesses. Segundo o colegiado, embora a indicação tenha sido feita por uma estatal, a atuação na Alelo é considerada de natureza privada e não está sujeita às mesmas regras aplicáveis aos servidores públicos.

A relatora do processo, Maria Lúcia Barbosa, destacou que não existe incompatibilidade entre as funções, mas reforçou que Anielle deve se abster de utilizar informações privilegiadas e se declarar impedida em qualquer decisão ministerial que envolva a empresa.

“Não há incompatibilidade, mas é necessário evitar uso de informações privilegiadas”

, afirmou.

Essa não é a primeira vez que Anielle Franco ocupa um cargo semelhante. Em 2023, ela assumiu assento no conselho de administração da metalúrgica Tupy, indicada pelo BNDESPar, permanecendo até maio deste ano.

A prática de indicar ministros para conselhos de empresas, sejam elas públicas ou privadas, é antiga e costuma ser utilizada para manter influência em setores considerados estratégicos pelo governo. Ministério, Alelo e Banco do Brasil não comentaram a nomeação.