Metade das demissões no Brasil é motivada por comportamento no trabalho
Pesquisa revela que convivência e inteligência emocional são tão importantes quanto habilidades técnicas no mercado atual
Por Plox
11/08/2025 07h57 - Atualizado há 2 dias
Em 2024, um levantamento conduzido pelo PUCPR Carreiras, setor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, revelou um cenário que vai muito além da qualificação técnica: 50% das demissões no Brasil tiveram como causa principal o comportamento dos profissionais.

O estudo, que integrou o 6º Observatório de Carreiras e Mercado, ouviu 3.631 estudantes, 3.655 ex-alunos e 583 empresas de recrutamento humano. Além das questões comportamentais, a automação das atividades foi responsável por 25% das demissões, seguida pela redução de custos e cortes de despesas, também com 25%.
A coordenadora do PUCPR Carreiras, Luciana Mariano, destacou que o mercado está cada vez mais atento a quem alia competência técnica à boa convivência.
“Um único indivíduo com atitudes negativas pode comprometer toda a equipe, surgem conflitos, a produtividade cai e talentos são perdidos. Por isso, é preciso olhar para o autoconhecimento”
, alertou. Para ela, o êxito profissional exige tanto a capacidade de executar tarefas quanto a habilidade de se relacionar.
Mais do que dominar ferramentas ou processos, a coordenadora aponta que é essencial desenvolver inteligência emocional, empatia, respeito e responsabilidade, além de manter constante autoavaliação sobre posturas e reações no ambiente corporativo.
A pesquisa apontou as competências mais valorizadas no último ano: comunicação oral (11,46%), planejamento (10,73%), solução de problemas (10,18%), gestão de conflitos (7,51%) e comunicação escrita (7,42%). Em comparação com 2021, período marcado pelos efeitos diretos da pandemia, houve uma mudança nas prioridades — antes, a solução de problemas liderava, com 12,58% de importância.
O estudo também identificou que 76% dos participantes estão investindo em novos aprendizados para evitar estagnação e fortalecer a empregabilidade. Entre as empresas, 16,32% priorizam candidatos que demonstram empenho em se atualizar.
Luciana ressaltou que o dinamismo do mercado exige atualização constante. “Aqueles que mantêm o aprendizado contínuo se adaptam melhor às mudanças, identificam oportunidades e compartilham conhecimento. Isso impacta não só a carreira individual, mas também o desempenho das empresas, que precisam de pessoas preparadas para aprender, mudar e colaborar”, concluiu.