Mulher acusada de planejar falso assalto para matar marido é condenada em Timóteo
Julgamento no fórum de Timóteo terminou com penas para mandante e executor do crime que chocou o Vale do Aço
Por Plox
11/08/2025 06h33 - Atualizado há 2 dias
Após três dias de julgamento no fórum de Timóteo, a Justiça condenou Luith Silva Pires Martins a 25 anos de prisão pelo assassinato do marido, Caio Campos Domingues. O veredito foi anunciado nesta sexta-feira (8), após o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apontá-la como a responsável por planejar o crime.

No mesmo processo, João Victor Bruno Coura de Oliveira foi sentenciado a 13 anos de prisão por homicídio qualificado, além de um ano por posse ilegal de arma. Considerado o executor, ele teve a arma do crime encontrada em sua casa no dia seguinte ao assassinato.
Durante o julgamento, que começou na quarta-feira (6), familiares das vítimas e dos acusados, além de curiosos, se reuniram em frente ao fórum para acompanhar cada etapa. O caso ganhou repercussão por ter sido inicialmente tratado como latrocínio, mas a investigação revelou que se tratava de homicídio premeditado.
Segundo o MPMG, a motivação teria sido financeira. Endividada e sem o apoio do marido para quitar as dívidas, Luith teria visto na morte dele uma forma de se apropriar dos bens e receber o seguro de vida. O plano incluía a promessa de pagamento de R$ 10 mil a João Victor para executar o crime.
\"A gente estava muito seguro da autoria em relação a Luith, que ela teria de fato planejado esse crime, que teria arquitetado e que o João Victor teria sido executor\", afirmou o promotor de Justiça Frederico Duarte Castro.
A defesa de ambos indicou que vai analisar as provas e o resultado do julgamento, com a possibilidade de recorrer para tentar reduzir as penas.
O crime aconteceu na noite de 4 de abril de 2023, na zona rural de Jaguaraçu, na região conhecida como Lavrinha. Caio foi morto a tiros logo após sair de casa com a esposa, na caminhonete da família. A versão inicial de Luith à polícia foi de que um assaltante teria abordado o casal, mandado parar o carro e exigido que ela retirasse uma bicicleta que levavam na carroceria. Quando desceu para cumprir a ordem, o homem atirou várias vezes contra o marido.
Ela contou ainda que teria sido obrigada a levar o atirador até uma rodovia, mas que o suposto criminoso desistiu de roubar a bicicleta e os celulares por causa de rastreadores. De acordo com o relato, ela voltou ao local para tentar socorrer Caio, mas ele já estava morto.
A virada na investigação ocorreu no dia seguinte, quando João Victor foi preso e confessou que o crime foi encomendado por Luith. Imagens obtidas pela polícia mostraram os dois juntos um dia antes do assassinato. Confrontada, a mulher admitiu ter planejado a ação, mas disse que queria apenas “dar um susto” no marido.
Para o MP, Caio foi surpreendido ainda no veículo, com o cinto de segurança afivelado, e alvejado por disparos de João Victor, que estava escondido no local combinado. Após o ataque, a acusada teria fugido com o executor, retornando depois para simular uma tentativa de socorro. A encenação incluiu o falso roubo da bicicleta para mascarar o homicídio como latrocínio.
A sentença encerra, por enquanto, uma história marcada por mentiras, reviravoltas e provas que desmontaram a versão inicial, resultando na condenação da mandante e do executor.