Nova espécie de peixe pré-histórico é identificada na Antártica por pesquisadores do Rio
Fóssil de 66 milhões de anos e 7 cm é o vertebrado mais bem preservado já encontrado no continente gelado
Por Plox
11/08/2025 16h35 - Atualizado há 2 dias
Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Museu Nacional anunciaram a descoberta de uma nova espécie de peixe pré-histórico na Antártica. O estudo, publicado nesta segunda-feira (11) na revista “Scientific Reports”, do grupo Nature, marca um avanço significativo para a paleontologia brasileira.

O fóssil, batizado de Antarctichthys longipectoralis, tem aproximadamente 66 milhões de anos e mede apenas 7 centímetros. Apesar do tamanho, o achado é notável: trata-se do vertebrado mais bem preservado já identificado no continente gelado.
A pesquisa levou quatro anos, desde o trabalho de campo até a publicação. Segundo o paleontólogo Arthur Brum, da Uerj, a espécie viveu na mesma época dos dinossauros e possui esqueleto quase completo, o que facilita estudos sobre a fauna da Antártica e do Brasil.
A descoberta ocorreu durante expedição à Ilha James Ross, onde fragmentos rochosos afloram naturalmente, possibilitando a visualização de fósseis. O material passou por tomografia computadorizada na Coppe/UFRJ, revelando detalhes internos preservados dentro de uma concreção.
Valéria Gallo, professora da Uerj, destacou que o exame permitiu observar estruturas nunca vistas antes em fósseis semelhantes.
As análises indicam que, há milhões de anos, a Antártica possuía clima quente, com temperaturas entre 20°C e 30°C, vegetação formada por araucárias, pinheiros e samambaias, além de fauna diversificada que incluía peixes, aves, répteis e anfíbios. O estudo também reforça a proximidade ecológica do continente com o sul da América do Sul, contribuindo para a compreensão das mudanças climáticas na história do planeta.